Aravind Adiga ganha o Man Booker

15 10 2008

 

Vencedor do Man Booker, Aravind Adiga

Vencedor do Man Booker, Aravind Adiga

 

 

Com seu primeiro romance, o escritor indiano Aravind Adiga ganhou, ontem, o prêmio de ficção em língua inglesa Man Booker, o de maior prestígio no Reino Unido, com seu primeiro romance, The White Tiger.  Ele é o quarto vencedor deste prêmio, que o faz com um livro de estréia na carreira literária. Os outros três ganhadores com  o primeiro romance escrito foram: 1985 —  Keri Hulme, The Bone People ( ao que eu saiba sem tradução para o português);  1997 – Arundhati Roy, O Deus das Pequenas Coisas, Cia das Letras, 1998 ( na minha opinião um dos melhores livros já escritos, tão importante quanto, digamos, os Cem anos de Solidão de Garcia Marques) e em 2003  DBC Pierre, com Vernon God Little: uma comédia na presença da morte (Record: 2004).

Adiga, de 33 anos, ex-aluno das universidades de Columbia e Oxford, narra em seu livro a vida de um motorista de “rickshaw” na Índia, que se debate entre ser um filho leal e seu desejo de prosperar na vida. Com uma narrativa sedutora, revoltada e repleta de tiradas de humor negro, este romance mostra um retrato sem enfeites da Índia vista pelo homem de uma classe baixa, destinada a não ter um futuro próspero.

 

Ao anunciar o ganhador, em cerimônia em Londres, o presidente do júri, o ex-ministro conservador Michael Portillo, disse que o que destaca The White Tiger é sua originalidade, refletindo o lado obscuro da Índia e seu enorme mérito literário. Ele também disse que o júri achou a escolha muito dificil de ser feita porque havia muitos candidatos fortes.  No final, o premio foi decidido por The White Tiger, porque foi o romance que mais chocou e entreteve simultaneamente.   Este romance, disse Michael Portillo, leva a sério a tarefa de ganhar a simpatia do leitor com um personagem que no fundo é um vilão.  A narrative de um humor desconcertante também reflete como os assuntos de desenvolvimento global e pressões sociais são encaradas pela grande massa.    

 

O jovem escritor indiano venceu outros cinco finalistas, o australiano Steve Toltz, por “A Fraction of the Whole”; o irlandês Sebastian Barry, por “The Secret Scripture”; o indiano Amitav Ghosh, por “Sea of Poppies”; a inglesa Linda Grant, por “The Clothes on Their Backs”, e o inglês Philip Hensher, por “The Northern Clemency”.

 

Adiga, que sempre quis ser escritor, nasceu em Madras e hoje mora em Mumbai. É o quinto escritor da Índia a receber este prêmio.  Os outros foram VS Naipaul (1971), Salman Rushdie (1981) , Arundhati Roy (1997) e Kiran Desai (2006).   Mas, mais impressionante ainda é que The White Tiger é o nono romance vencedor deste prêmio cuja história é inspirada na Índia ou na identidade da Índia

 

Segundo Amazon.co.uk, os seis finalistas tiveram aumento de 700% nas vendas após o lançamento da lista final no último mês.

 

Para o original deste artigo clique AQUI.





Salman Rushdie continua seduzindo…

5 10 2008
Escritor Salman Rushdie

Escritor Salman Rushdie

 

No próximo dia 14 de outubro teremos a divulgação do Man Booker Prize, o maior prêmio literário da Inglaterra e na opinião de muitos o maior prêmio literário do mundo ocidental.  No início de setembro deste ano, no dia 9, a lista dos que estavam concorrendo ao prêmio foi divulgada pela maioria dos jornais de língua inglesa.  Este ano, para o prêmio de romance, a lista ficou reduzida a estes seis títulos e autores, surpreendendo os amantes de Salman Rushdie, que tenho certeza contavam que o The Enchantress of Florence, estivesse entre os seis livros finalistas. 

 

Em 2008 os 6 finalistas para o Man Booker Prize são:

 

Aravind Adiga, The White Tiger, Editora: Atlantic – O TIGRE BRANCO – ainda sem trad.                           

 

Sebastian Barry,  The Secret Scripture, Editora: Faber & Faber – TESTAMENTO SECRETO – ainda sem trad.

                        

Amitav Ghosh, Sea of Poppies, Editor: John Murray – MAR DE PAPOULAS – ainda sem trad.                                 

 

Linda Grant,  The Clothes on Their Backs, Editora:Virago – AS ROUPAS COM QUE SE VESTEM– ainda sem trad.

 

Philip Hensher, The Northern Clemency, Editora: Fourth Estate – A CLEMÊNCIA VEM DO NORTE – ainda sem trad.

           

Steve Toltz, A Fraction of the Whole, Editora: Hamish Hamilton – UM PEDACINHO DO TODO – ainda sem trad.

 

Midnight's Children, de Salman Rushdie, o melhor de todos

 

 

 

A razão da surpresa é simples: em julho deste ano, o Man Booker Prize, como parte das comemorações de seus 40 anos de existência, anunciou uma competição extra.  Pediam que se votasse no melhor livro de todos os que já haviam ganho o Man Booker Prize no passado.  Só uma outra vez havia a mesma entidade feito uma seleção semelhante.  Fora em 1993.  Supreendemente, Salman Rushdie e seu Midnight’s Children –[ Os Filhos da Meia-noite,  Cia das Letras], ganhou o voto de O MELHOR MAN BOOKER PRIZE, as duas vezes, em 1993 e em 2008. 

 

Originalmente Os Filhos da Meia-noite tinha sido escolhido como melhor livro do ano de 1981.  E em 1993, ganhou por voto popular a posição de Melhor Man Booker Prize até então.  Quando a competição foi repetida em 2008, o livro voltou a ganhar a honra, ainda por voto popular.  Ao término da competição, no dia 8 de julho, com os 7800 votos  tabulados, o livro de Salman Rushdie ganhou com 36% dos votos.  Os eleitores foram em sua maioria da Grã-Bretanha (37%) e dos EUA (27%).

 

Os finalistas, que concorreram com Os Filhos da Meia-noite foram:

 

Pat Barker, The Ghost RoadA estrada fantasma, 1995, sem tradução

Peter Carey —  Oscar e Lucinda ( Record) — 1988

JM Coetzee —  Desonra (Cia das Letras) — 1999

JG Farrell — The Siege of KrishnapurA tomada de Krishnapur, 1973, sem tradução

Nadine Gordimer — The Conservationist – 1974 , O conservacionista, sem tradução

 

Dada a grande popularidade de Salman Rushdie foi recebida com grande surpresa a noticia de que seu livro The Enchantress of Florence, que estava entre os 12 da lista longa do Booker, não tivesse ficado entre os 6 finalistas.  Este seria mais um Man Booker Prize para o escritor indiano que tem um constante namoro com este prêmio literário.  Vejamos:

 

The Enchantress of Florence, 2008, entre os 12 finalistas.

Man Booker International Prize 2007, concorrente – prêmio dado de 2 em 2 anos

Shalimar The Clown, 2005, entre os 12 finalilstas

The Moor’s Last Sigh, 1995, entre os 6 finalistas

The Satanic Verses, 1988, entre os 6 finalistas

Shame, 1983, entre os 6 finalistas

Midnight’s Children, 1981, vencedor

 

 

É então com grande antecipação que esperamos os resultados do Man Booker Prize,  deste ano.  Meu voto vai para Amitav Ghosh.  Mas veremos!