Barcos em Jurujuba, Niterói, 1993
José Benigno Ribeiro (Brasil, 1955)
óleo sobre tela, 55 x 80 cm
Interior da floresta, c. 1900
[Petrópolis]
Antônio Parreiras (Brasil, 1860-1937)
óleo sobre tela, 16 x 24 cm
“… o termo “rios voadores da Amazônia” designa a enorme quantidade de água processada pelas árvores e lançada na natureza em forma de umidade. – A selva funciona como uma gigantesca bomba d’água que capta água do solo e a lança na atmosfera em forma de vapor, e as correntes de ar se encarregam de espalhar pelo mundo. Uma única árvore de modestos 10 metros de altura transpira em média 300 litros de água por dia, e uma mais frondosa, com a copa mais avantajada, de 20 metros de diâmetro, pode liberar até 1.000 litros. Imaginem a quantidade de líquido precioso produzida pelos milhões e milhões de árvores da Amazônia.
…
Uma parte desse vapor se transforma em chuvas que caem sobre a própria floresta, a outra fica à mercê dos ventos. Estima-se que a quantidade de água transportada pelos rios voadores seja igual ou superior à vazão do rio Amazonas. São 200 mil metros cúbicos de água por segundo. Na prática, a maior parte dos rios voadores são direcionados pelos ventos para o oeste até o paredão de 5 mil metros de altura formado pela Cordilheira dos Andes. O resultado desse represamento gigantesco são as enormes precipitações de chuva e neve, que dão origem às nascentes de vários rios, entre eles a do próprio Amazonas. Outra parte é ricocheteada pelas montanhas para o interior do continente, e abastece fartamente de água o Centro-Oeste, o Sudeste e o Sul do continente. Esse fenômeno explica por que no restante do mundo, nessa mesma latitude, encontramos grandes desertos, enquanto na América do Sul predomina um clima muito favorável para a agricultura. A combinação da floresta tropical amazônica com a Cordilheira dos Andes forma um dos maiores celeiros do mundo. Sem floresta, não haveria rios voadores, a umidade cairia a níveis desérticos e o ar ficaria muito mais quente. Seria um completo desastre para o clima e para a agricultura brasileira e mundial.”
Em: Nas pegadas da alemoa, Ilko Minev, São Paulo, Buzz Editora: 2021
Há tempos eu não trago o verde do meu bairro para o blog. Esteve por muitos anos entre as postagens favoritas daqui. Em parte porque meu telefone antigo, o que uso para andar na rua, não produz mais fotos tão boas pelos padrões de hoje, e nas horas em que geralmente ando pela cidade, no calor que tem feito, as ruas estão mais desertas. Também porque ando vendo muito do mesmo nas ruas por que ando aqui no meu canto do Rio de Janeiro. Ontem, olhando para cima, eu me deparei com as flores em forma de longos dedos cobertos de florzinhas vermelhas, nessa árvore no Posto 6 de Copacabana na divisa com Ipanema. Custei a achar seu nome. Acabei consultando uma amiga bem mais versada no assunto. Essa é a Schefflera actinophylla, conhecida no Brasil como árvore guarda-chuva, árvore-polvo, brassaia, cheflerão.
Fiquei surpresa de ser uma Schefflera. Porque as Scheffleras que eu conhecia até hoje eram arbustos. Na verdade, tive uma em vaso, dentro de casa nos Estados Unidos, por mais de 20 anos. Ela cresceu até uns 150 cm. Mas nunca deu flor, e nunca soube que daria flor.
Apesar de sua aparência tropical não é natural do Brasil. É nativa das florestas tropicais chuvosas da Austrália, Nova Guiné e Java. Minha pesquisa na internet me diz que é usada principalmente como árvore decorativa de grandes jardins. Aqui em Copanema [nome dado pelos moradores a esse quase bairro de Copacabana e Ipanema] ela tem características de que não foi plantada como parte do planejamento urbano da cidade, mas por algum morador, que a plantou em espaço deixado por outra árvore que morreu.
Muitos talvez não saibam que as ruas da cidade têm árvores que dão sombra, regularmente plantadas pela prefeitura, principalmente nos bairros da zona sul. Essa aqui parece não estar muito feliz, parece estar um tantinho estressada, principalmente quando comparamos com uma árvore dessas bem tratada como a da foto abaixo. Mas enfeita esse canto do Rio de Janeiro.
Rio Piracicaba, década de 1960
Archimedes Dutra (Brasil, 1909-1983)
óleo sobre tela, 48 x 56 cm
Paisagem com flamboyant à beira do rio
Armando Ramos (Brasil, 1917-1989)
óleo sobre tela, 50 X 100 cm
Paisagem
Haydea Santiago (Brasil, 1896-1980)
óleo sobre madeira, 16 x 22 cm
Duas folhas de begônia, 2019
Yara Tupinambá (Brasil, 1932)
[Yara Tupynambá]
acrílica sobre tela, 32 x 42 cm
Paisagem da Fazenda Conrado Niemeyer, atual Gávea Golf Clube, no bairro de São Conrado, 1902
Gustavo Dall’Ara (Itália, 1865- Brasil, 1923)
óleo sobre madeira, 37 x 67 cm
Exemplo de cogumelos luminosos, Mycena lucentipes.
“Certa noite, em princípio de dezembro, quando passeava pelas ruas da vila de Natividade, observei alguns meninos que se divertiam com uns objetos luminosos, que a princípio supus fossem pirilampos; mas, fazendo indagações, descobri que era um belo fungo fosforescente, do gênero agaricus, que se produzia abundantemente nos arredores dali sobre as folhas murchas de uma palmeira nanica. No dia seguinte obtive grande número de espécimes e notei que variavam de uma a duas polegadas e meia de largura. Toda a planta dá à noite uma viva luz fosforescente, de um verde-pálido, semelhante à que emitem os vaga-lumes ou aqueles curiosos animais marinhos, os pyrosomae. Por este fato e por crescer em palmeiras o povo lhe dá o nome de flor-de-coco. A luz emitida por uns poucos destes fungos, em quarto escuro, é suficiente para a gente ler.”
Em: Os campos e os arraiais (Natividade-Arraias- 1839-1840), texto de George Gardner, incluído no livro As selvas e o pantanal: Goiás e Mato-Grosso, seleção, introdução e notas de Ernani Silva Bruno, Organização de Diaulas Riedel, São Paulo, Cultrix: 1959, pp-83-84.
NOTA: George Gardner, (GB, 1812- 1849), médico, botânico e entomologista inglês, percorreu algumas regiões do Brasil do Nordeste ao Brasil Central, entre 1836 – 1841, registrando suas impressões no livro “Viagens no Brasil”.
Costela de Adão, rua Marquês de São Vicente, Gávea.
Este ano a Costela de Adão está em todo canto. É padrão estampado em tecidos para estofamento, vestidos, camisetas de ambos os sexos. Virou moda. Não me surpreende, é linda! E dá em todo canto com um pouco de sol da manhã e sombra para ao resto do dia. No passado víamos esta planta crescer em arbusto gigantesco pontuando praças publicas. Recentemente ela parece ter sido preferida por jardins suspensos em edifícios residenciais como este da foto. De qualquer jeito ela é queridinha dos cariocas, mesmo sendo natural do México. Adaptou-se bem aqui, porque mesmo lá no hemisfério norte, ela gosta do clima tropical. Seu nome científico é Monstera deliciosa, e pertence à família das aráceas. Tem folhas enormes, recortadas, que lembram vagamente o desenho dos ossos das costelas.
Ela gosta de um pouco de sol (da manhã) e sombra à tarde. Gosta do clima úmido, portanto seu transplante terá mais chance de sucesso se for feito na primavera ou verão. O solo deve ser mantido úmido, sem encharcá-lo. Menos água no inverno, um pouco mais no verão. Cresce rapidamente e constantemente, portanto imagine um considerável espaço à sua volta sem plantas para que ela possa ocupá-lo livremente. E deleite-se.