Imagem de leitura: Walther Firle

28 11 2025

Moça lendo próximo à janela

Walther Firle (Alemanha, 1859-1929)

óleo sobre tela, 81 x 64 cm





Imagem de leitura: Philip Connard

26 11 2025

Sir Somerset A. Gough-Calthorpe, 1918

Philip Connard (Inglaterra, 1875-1968)

óleo

Imperial War Museums,  Inglaterra

 





O que resta de nós, de Virginie Grimaldi

13 11 2025

Leitora à luz meridiana

Maurice Asselin (França 1882-1947)

óleo sobre telam 61 x 50 cm

 

 

Costumo fazer minhas resenhas de livros logo após a leitura como uma maneira de concluir aquele período.  Mas com O que resta de nós de Virginie Grimaldi esperei um bom tempo.  Isso me permitiu ver que o grupo de leituras que o escolheu para o mês de setembro em maioria esmagadora teve opinião totalmente oposta à minha.  Uma reflexão era necessária.  Pretendo assumir minha perspectiva sobre esse livro, mesmo sabendo do aplauso das leitoras do meu grupo para a obra.

Há tempos estou pasma com as obras de origem francesa trazidas para o Brasil.  Quase todas têm o que chamo de frases instagramáveis. Ponderações de fácil transitar como se fossem de profundo saber.  Detalhes que o leitor experiente detecta de longe, como falsa reflexão.   Ora, as participantes do Papalivros não são leitoras iniciantes.  No entanto, aprovaram e acharam que o livro contribuiu para o bem-estar e para soluções difíceis de problemas do  dia a dia.  Eu, que havia dado no máximo duas estrelas de um total de cinco, me senti preocupada: meus padrões estão em total descompasso com leitores experientes.  Afinal  o grupo de leitura tem 22 anos de existência e até 2023 lia 12 livros por ano, passando a 11 livros por ano em 2024.

 

 

 

 

Virginie Grimaldi abusa das figuras de linguagem cujo objetivo é parecer reflexão profunda mas não é mais do que uma frase vestida de sabedoria de efeito.  Tudo para ser facilmente colocado numa postagem das redes sociais.  Cito aqui três dos muitos momentos em que isso acontece. Metáfora seguida de um paradoxo tem claramente o objetivo de ser sublinhada e colocada numa camiseta para aumentar a venda do livro. Eu não sonho, eu fujo. A realidade é minha prisão.  O uso de paradoxo é um cacoete narrativo da autora: O silêncio me ensurdecia mais que o barulho.  Ou ainda essa antítese: Cemitérios são para os mortos. A vida está do outro lado do portão. De novo um ready-made para funções sociais na internet ou para ser impresso na camiseta do momento. 

Além desse vício narrativo temos  nessa publicação um conto de fadas para adultos, que parece ser a norma da produção francesa do momento, pelo menos dos livros publicados por aqui.  Situações que parecem fugir do comum (vejam, parecem fugir) e que acabam bem, apesar de…  Não que eu queira que histórias não acabem bem, mas há uma benfazeja expectativa de que tudo vai dar certo.  Seria uma influência Hollywoodiana ou talvez o resultado de uma sociedade em que todos estão mais ou menos felizes com o que tem, como vivem?  Há muito que pensar nesse campo.

 

 

Virginie Grimaldi

 

 

O enredo é simples: uma senhora viúva aluga quartos de seu apartamento para poder viver com maior conforto financeiro.  Duas pessoas então começam a fazer parte de seu dia a dia.  Cada qual com um problema no passado que os levou a essa solução. Aos poucos os três e os leitores da narrativa vão se enfronhando sobre a vida dos habitantes desse lar, suas dificuldades pregressas e esperanças para o futuro.  Os personagens acabam por formar emocionalmente uma família que supera problemas e todos ficam felizes e satisfeitos. 

Será? Será mesmo que isso é o melhor que a França tem para exportar de ficção?  Ou será que nossos editores sabem que o conto de fadas para jovens adultos vende bem e podem deixar de lado alguma obra mais complexa, que demande mais do leitor?  Não sei.  As leitoras do Papalivros acharam que as soluções encontradas para os problemas de cada personagem foram boas, e todas gostaram da leitura.  Eu achei uma história rasa, simplista.  Mais apropriada para jovens sonhadoras, não muito diferentes das mocinhas que liam os romances da Biblioteca das Moças nos anos 60, 70 do século passado.  Eu, dei duas estrelas.  O grupo chegou a 4,5.  Se essa história é de seu gosto, por favor leia.  Não é do meu. 

 

PS: Ah, sim a desculpa de que é um livro maravilhoso porque conta a história de superação dos personagens… Gente, todos nós estamos engajados em superação.  Viver é isso.  O tema já deu. 





Imagem de leitura: Henrik Lunde

12 11 2025

Lendo, 1912

Henrik Lunde (Noruega, 1879-1935) 

óleo sobre tela





O livro, poesia infantil de Helena Pinto Vieira

7 11 2025

 

 

O livro

 

Helena Pinto Vieira

 

Os Livros eu sei que são

como portas encantadas

que nos levam a lindas terras

onde moram anões e fadas.

 

Lugares longe e tão belos

onde eu não podia ir

mas agora, com essa porta

é só ter cuidado e abrir. 





Leitura por Virginia Woolf

5 11 2025

Emily

Michael J. Downs (Canadá, contemporâneo)

óleo sobre madeira, 51 x 76 cm

 

 

“A real razão continua inescrutável – a leitura nos dá prazer. É um prazer complexo e um prazer difícil; varia de época para época e de livro para livro. Mas ele é suficiente. Na verdade, o prazer é tão grande que não se pode ter dúvidas de que sem ele o mundo seria um lugar muito diferente e muito inferior ao que é. Ler mudou, muda e continuará mudando o mundo.”

 

Virginia Woolf, O sol e o peixe, Autêntica: 2015





Conselho de Jorge Luís Borges

27 10 2025

Seu espaço

Alejandra Caballero (Espanha, 1974)

óleo sobre tela, 100 x 100-cm

 

 

“O verbo ler, como o verbo amar e o verbo sonhar, não suporta o modo imperativo. Eu aconselho sempre os meus alunos que se um livro os aborrece o abandonem; que não o leiam porque é famoso, que não o leiam porque é moderno, que não o leiam porque é um clássico. A leitura deve ser uma das formas da felicidade e não se pode obrigar ninguém a ser feliz.”

 

Jorge Luis Borges





Imagem de leitura: Elizabeth Adela Stanhope Forbes

27 10 2025

Meio das férias, Alec em casa em férias, 1909

Elizabeth Adela Stanhope Forbes (Canadá-Inglaterra, 1859-1912)

óleo sobre tela, 122 x 97 cm





Imagem de leitura: Thomas Faed

23 10 2025

Quando as crianças estão dormindo, 1880

Thomas Faed (Escócia,1826-1900)

óleo sobre tela

Walker Art Gallery, Liverpool





Palavras para lembrar: Sam Levenson

21 10 2025

Retrato de duas crianças numa poltrona, lendo

Margery Mostyn (Inglaterra, 1893-1979)

óleo sobre tela, 76 x 64 cm 

“Qualquer criança que tenha dois progenitores interessados nela e uma casa cheia de livros, não é pobre.”

 

Sam Levenson

(1911-1980)