Imagem de leitura: Vanessa Endeley

6 06 2024

Mo Lagbara (Sou forte)

Vanessa Endeley (Nigéria/Inglaterra, contemporânea)

Fotografia sobre papel, série limitada a 20, 40 x 61 cm





Dia a dia…

6 06 2024

Bom dia, Dorival Caymmi!

Rio de Janeiro como eu gosto: 20º C  e sol.  Uma delícia!

Praia de Copacabana, Posto Seis, RJ

 

Bronze: escultura de Otto Dumovich





Dia a dia…

10 05 2024




Rio de Janeiro, 459 anos!

1 03 2024
Catedral do Rio de Janeiro, ©Ladyce West

 

 

 

Mar de Copacabana, ©Ladyce West

 

 

 

Bombeiros em salvamento, praia de Copacabana. ©Ladyce West

 

 

 

Yatch Club do Rio de Janeirio. ©Ladyce West

 

 

 

Sala Cecília Meireles. ©Ladyce West

 

 

 

Vista do Rio de Janeiro da Baía de Guanabara. ©Ladyce West

 

 

 

Café na Casa Firjan, Botafogo. ©Ladyce West

 

 

 

Praia do Arpoador. ©Ladyce West

 

 

 

Primavera dos Livros, Jardins do Palácio do Catete. ©Ladyce West

 

 

 

Cemitério São Francisco Xavier, ou do Caju. ©Ladyce West

 

 

 

Praça Quinze de Novembro. ©Ladyce West

 

 

 

Incêndio em caminhão, praia de Copacabana. ©Ladyce West

 

 

 

Banco de reserva. ©Ladyce West

 

 

 

Jockey Club Brasileiro. ©Ladyce West

 

 

 

Um dos muitos quiosques de plantas na cidade. ©Ladyce West

 

 

 

Essas são algumas de minhas fotos.  Sempre tive como hobby a fotografia.  E aqui estão representadas fotos tiradas com diversas câmeras.  Depois que meu marido começou a ter dificuldade para andar, minhas aventuras pela cidade diminuíram muito.  Em 2023 retomei devagarinho a fotografia.  Desta vez usando o celular.   Mas ainda prefiro a câmera digital sem o formato do celular.  Uma de minhas decisões para 2024 é voltar a fotografar com maior assiduidade.  O calor não tem ajudado muito às saídas ao ar livre.  Mas o verão não será para sempre.  Deste ano, 2024, aqui neste grupo, só mesmo a foto do Café da Casa da Firjan em Botafogo. 





Não percam as fotos de Lalla Essaydi

23 01 2024

 

 

As fotografias de Lalla Essaydi andam falando comigo. São fotos cuidadas, abordando de maneira delicada, artística, dentro de tradições tanto da cultura ocidental como da região do Magreb, a condição feminina.  Elas têm me perseguido como fantasmas poderosos de vidas passadas.

Comecei com a foto acima, porque ela para mim representa uma completa junção de referências. Primeiro veio a imagem da Grande Odalisca, de Ingres, que vemos abaixo.  A tela, da coleção do Museu do Louvre, foi pintada em 1814, para a irmã mais nova de Napoleão Bonaparte, Caroline Bonaparte, Rainha Consorte de Nápoles.

 

 

A grande odalisca, 1814

Jean-Auguste-Dominique Ingres (França, 1780-1967)

óleo sobre tela, 91 x 162 cm

LOUVRE

 

 

 

Há aceno óbvio à obra de Ingres que representa justamente a influência francesa na região do Magreb, iniciada no final do século XVIII como parte da Grand Tour das classes mais abastadas da Europa e acentuadas depois das façanhas napoleônicas nas primeiras décadas do século XIX, assim como local para descobertas do exótico tão finamente cultivado pelas sociedades europeias da época.

Ainda que A grande odalisca de Ingres não seja uma obra abertamente sexual, a ideia de uma mulher em um harém, disponível, mesmo com o olhar frio e distante como nesta tela, atiçava a imaginação dos observadores do século XIX, aumentando a curiosidade sensual sobre as possibilidades aventurescas facultativas no Norte da África. A mulher nua, em uma alcova, rodeada por cortinas de seda bordadas, joias de ouro no braço, lenço bordado a ouro no turbã, cabelos adornados por cabuchon de pérolas e pedra preciosa,  com o exótico abano de plumas de pavão e cabo de marfim, narguilé em laca vermelha, anunciando o uso do tabaco ou ópio, apoiado em caixa de joias e ainda o cinto com grande fivela coberta de pérolas e pedras preciosas, displicentemente largado por sobre lençóis de linho, tudo isso, esse luxo e a sugestão de encontros fáceis se insinuavam marcando os discretos prazeres de um harém, exploravam a aventura sensorial do observador, desabrochando numa sedutora expectativa de deleite.

 

 

 

 

Quando comparamos a obra de Lalla Essaydi com a de Ingres, lado a lado, temos finalmente a certeza inabalável da citação visual feita pela fotógrafa marroquina.

 

 

 

 

Basta olharmos para as posições das cabeças, os turbãs, deixando aparecer, com descuido, um pouco dos cabelos na testa e frontes; os braços, os de apoio à esquerda assim como os que delineiam languidamente as linhas do corpo da mulher no harém, são igualmente paralelos.  Os pés nas mesmas posições traem as culturas que representam.  Enquanto a obra de Ingres mostra uma mulher com pele lisa, branca sem manchas, como porcelana, até mesmo nos pés, a fotografia de Essaydi exibe os pés com solas cobertas por henna como é de uso típico das mulheres no Magreb, para proteção e bençãos.  Ambas as obras também sugerem o aprisionamento inescapável deste lugar, dessa alcova, onde não há espaço para fuga;  onde ambas mulheres. colocadas do lado oposto ao espectador, se acham na vitrine, digamos assim, de encontro a uma parede fechada, sem abertura, sem ar para respirar.  Na obra de Ingres há um fundo escuro, com algumas nuances tonais.  Será madeira, será azulejo, lajota, pedra?  Não sabemos.  No horizonte da mulher do harém de Essaydi temos um desenho na parede cega.  Parecem tijolos, chapisco ou papelão corrugado.  De qualquer maneira, ela assim como sua companheira francesa de mais de um século de idade, tampouco tem escapatória.

Enquanto a Grande Odalisca trabalha na imaginação sensual do espectador, a jovem no harém marroquino não apresenta qualquer traço de sedução, de prazer carnal.  Muito pelo contrário, ela olha, quase com desconfiança, para quem a observa e seu corpo se mescla com os lençóis, coberto por palavras que poderia usar e com elas distinguir sua existência.  Em escrita cursiva as mensagens, o próprio discurso feminino, ultrapassam os limites das cobertas.  Elas tomam conta do corpo da mulher, espalhando-se como os males liberados por Pandora, sem esperança de contenção.  Elas transformam as costas, os braços, o rosto da odalisca moderna na mesma substância da coberta, insinuando que este corpo é mais um dos objetos presentes no harém.

Mas as associações culturais não param por aí.  O corpo da mulher na obra marroquina lembrou-me também do documentário que Ayaan Hirsi Ali e seu sócio o cineasta Theo Van Gogh produziram que levou ao assassinato de Theo e à perseguição de Ayaan Hirsi Ali, escritora do livro Infiel.  Neste documentário (que pode ser visto no YouTube)  os corpos filmados, também aparecem cobertos de dizeres, que refletem em tudo aquilo que as mulheres pensam e calam, por não terem permissão de se manifestar.  São submetidas à vida que levam sem o direito a objetarem.

 

 

Fotos do documentário mencionado acima.

Portanto, é natural que a belíssima obra de Essaydi tenha me movido e a todos que tiveram oportunidade de observá-la.  Não é só uma obra de grande finesse no tratamento da fotografia e uma  de revolta quieta, de denúncia, como só uma mulher que cresceu, viveu ou recebeu essa cultura de herança poderia fazer.  Vale a pena considerar a obra de Lalla Essaydi.  Procure por ela na internet.  Você ficará encantado com a beleza e a força de suas imagens.

 

 

 

NOTA:

Este texto é um trabalho em andamento…. parte de futura publicação —  Notas da história da arte: observações aleatórias das salas de aula

©Ladyce West, Rio de Janeiro, 2024

-.-.-.-.-.-

Ladyce West é uma historiadora da arte.  Em sua vida acadêmica, antes de abrir uma galeria de arte e antiquário, dedicou-se ao estudo do surrealismo belga.  Seu livro: Humor, Wit and Irony in the Works of Belgian Surrealists, baseado em tese da Universidade de Maryland, está em processo de tradução para o português. 






Arte estrangeira, artista do mês: Katerina Belkina

31 05 2023

Saudando a estrela nascente, 2022

Katerina Belkina (Rússia, contemporânea)

fotografia e pintura digital, 110 x 95 cm

série de 3 impressões mais 2 provas de artista

[Da série Para toda humanidade, 2022-2023]

 

 

Katerina Belkina, Moonrise, 2022

Nascimento da lua, 2022

Katerina Belkina (Rússia, contemporânea)

fotografia e pintura digital, 110 x 95 cm

série de 3 impressões mais 2 provas de artista

[Da série Para toda humanidade, 2022-2023]

 

 

Katerina Belkina, Whisper, 2019

Sussurro, 2019

Katerina Belkina (Rússia, contemporânea)

fotografia e pintura digital, 140 x 185 cm

série de 3 impressões mais 1 prova de artista

[Da série Sonâmbulos, 2019]

 

 

Katerina Belkina, Lost and Found, 2019

Perdido e achado, 2019

Katerina Belkina (Rússia, contemporânea)

fotografia e pintura digital, 130 x 130 cm

série de 3 impressões mais 1 prova de artista

[Da série Sonâmbulos, 2019]

Onze milimetros por segundo, 2018

Katerina Belkina (Rússia, contemporânea)

fotografia e pintura digital, 150 x 150 cm

série de 3 impressões mais 1 prova de artista

[Da série Apartamentos de dois quartos, 2019]

Sem espaço, 2019

Katerina Belkina (Rússia, contemporânea)

fotografia e pintura digital, 150 x 150 cm

série de 3 impressões mais 1 prova de artista

[Da série Apartamentos de dois quartos, 2019]

Desjejum cedo, 2015

Katerina Belkina (Rússia, contemporânea)

fotografia e pintura digital, 138 x 180 cm

série de 2 impressões mais 1 prova de artista

[Da série Repastos]

O jantar, 2016

Katerina Belkina (Rússia, contemporânea)

fotografia e pintura digital, 138 x 180 cm

série de 2 impressões mais 1 prova de artista

[Da série Repastos]





Mais do que o Natal

24 12 2022
Harry Carter West

Este é meu primeiro  Natal sem meu companheiro de vida, marido, amigo, amante, interlocutor de todas as horas.  A data ainda é mais significativa porque também era seu aniversário.  Sim, nascido no dia 24 de dezembro, como presente de Natal e de aniversário para seu pai, que nascera no dia 25 de dezembro, décadas antes. 

Fiz questão de montar a árvore de Natal, mesmo que não haja comemoração alguma de seu aniversário.  Para Harry, Natal precisava de árvore. Mesmo quando passamos a data em viagem – Grécia, Alemanha e Espanha -, em nossos aposentos nos hotéis sempre havia alguma decoração natalina, trazida conosco ou comprada no local.  Certa vez nos mudamos de endereço nessa época e Harry saiu às pressas, dia 24, para comprar nossa árvore, como é costume nos Estados Unidos, para que o dia 25 contasse com o esplendor merecido. A árvore era um pouco capenga e calva de um lado, mas pusemos num canto da sala e saiu tudo perfeito. Não éramos religiosos, mas crescemos dentro do cristianismo, eu católica, ele presbiteriano, e mantivemos os  rituais das principais comemorações cristãs. Seria impensável passar em branco este primeiro Natal sem ele. Estou feliz por ter enfeitado a casa como de costume.  Harry está presente, hoje aqui comigo.

 

Harry C. West, no jardim da casa de seus pais, Washington, NC

 

O tema das minhas meditações nesses dias tem sido sincronicidade, mão do destino, sorte, coincidência.  Porque tudo conspirava para que jamais  nos conhecêssemos e para nosso encontro não dar certo desde então. Não tínhamos amigos em comum, não fomos apresentados um ao outro, nos apresentamos.  Morávamos  em cidades diferentes, em estados diferentes, profissões diferentes. Experiências de vida diversas: eu, nascida, crescida no Rio de Janeiro; ele americano, crescido inicialmente na Carolina do Norte, depois dos quinze anos estabelecido na Pensilvânia, em colégio interno, The Hill School.  Em comum:  ciências humanas.

Naquela ocasião Harry passava quatro dias no Distrito de Columbia, pesquisando fontes de inspiração para o escritor Nathaniel Hawthorne, na Biblioteca do Congresso (uma das maiores, se não a maior dos EUA).  Eu acabara de defender minha tese de mestrado  e pensava em fazer o PhD em história da arte.  Como estudava na Universidade de Maryland, em College Park, um subúrbio de Washington DC, usava a Biblioteca do Congresso regularmente, a uma pequena viagem de metrô da porta da minha casa.

Minhas manhãs e muitas tardes se passaram no local. Eu estava familiarizada com os pesquisadores regulares, com os quais era comum tomar café ou trocar ideias nas pausas da pesquisa. Portanto, quando Harry entrou no salão Thomas Jefferson, eu sabia que era alguém novo por ali. Pensei  tratar-se de algum membro do staff de um senador ou deputado federal, comum por lá, porque estava vestido de maneira mais formal do que pesquisadores: gravata a meio mastro, paletó de tweed e capa London Fog (pois chovia naquela segunda-feira em DC).  Além disso, entrando pela porta secundária, ele parou para se localizar, o porte seguro, confiante e calmo, que mais tarde eu viria a descobrir ser típico dos alunos do  colégio interno em que ele estudou. Estas escolas preparam o jovem, naquela época só rapazes, não apenas para o sucesso acadêmico, mas também  para assumirem seus destinos profissionais e sociais. Linguagem corporal é importante.  Harry entrou na biblioteca como se a ela pertencesse, como a comandasse, mesmo sendo aquela sua primeira vez lá.

 

Harry no escritório na universidade onde ensinou.

Além disso Harry, quase dez anos mais velho do que eu, projetava a segurança de quem sabia seu lugar no mundo, a confiança em si mesmo propiciada pelo PhD em Literatura Americana por uma das melhores universidades do país,  numa época em que ter um PhD era bem mais incomum.  Divorciado havia quatro anos, com um filho de seis, era um homem do mundo com uma cultura refinada muito acima da média.  Tudo isso eu descobri dois dias depois de vê-lo pela primeira vez. Mantivemos contato visual durante dois dias.  Na quarta-feira, terminando a procura pelos textos que viera consultar,  ele veio até a minha mesa perguntar se eu não queria tomar um café.  Aceitei. Era comum fazer isso  entre os pesquisadores.  E assim começou um relacionamento especial, duradouro, repleto de paixão, companheirismo, carinho, agraciado pelos deuses. 

Impossível descrever a falta que ele faz. Sua voz, suas ideias, seu toque, os olhos sempre carregados de paixão pela vida, pelos textos. Aprendi muito com ele. Foi uma vida a dois inesperada, incomparavelmente feliz. Hoje é dia de honrá-la com especial alegria e gratidão.

 
 
Nós, já morando no Rio de Janeiro.

Happy birthday, love.





O grupo de leitura Papalivros, encerra festivo 2022

5 12 2022

O grupo de leitura PAPALIVROS comemora sua 19ª festa de fim de ano… Com direito a espumantes, festa encomendada, vista para o mar, e votação dos melhores do ano! VIVA! O grupo fará 20 anos de atividades ininterruptas em abril de 2023!

 

 





As samambaias, poesia de Hélio Pellegrino

24 09 2020

 

 

samambaias, foto-LadyceWestSamambaias, foto: Ladyce West

 

 

As samambaias

 

Hélio Pellegrino

 

As samambaias

debruçadas no espaço

esplendem seu silêncio.

 

Que farta verdade

em seu verde farfalha!

 

Rio, 2/10/1980

 

Em: Minérios Domados, poesia reunida, Hélio Pellegrino, Rio de Janeiro, Rocco: 1993, p. 47.





Natureza maravilhosa: barbete do Kênia

1 06 2020

 

 

red and yellow barbet kenya

 

Barbete vermelho e amarelo do Kênia( Trachyphonus erythrocephalus ) é um pássaro encontrado na África oriental.  Sua plumas parecem fazer desenho de bolinhas brancas sobre fundo negro, papo amarelo e cabeça vermelha. Machos e fêmeas têm o mesmo desenho, mas nas fêmeas as cores são menos fortes.  Eles se alimentam de sementes, frutas e invertebrados.