Interior com senhora lendo
Albert André (França, 1869-1954)
óleo sobre tela, 50 x 65 cm
Musée de Belas Artes de Lyon, Coleção Tomaselli
Este foi um ano irregular de leituras. Ou seja: muitos livros começados. Muitos livros sem terminar. Muitos livros terminados aos trancos e barrancos. Muitos livros relidos. Muitos livros lidos exclusivamente para aulas. E alguns meses sem qualquer vontade de ler. Dizem que o vai e volta é típico de quem passa pelo processo de luto. Termino este ano consciente que faz um pouco mais de um ano e meio que me encontro viúva; o luto realmente mexe com a cabeça da gente. Mas daqueles que li tenho alguns que achei MUITO BONS. Como sempre, posto aqui a lista dos que li para depois colocar meus favoritos.
Lições, Ian McEwan
Ninféias negras, Michel Bussi
A tenda vermelha, Anita Diamant
O mistério de Henri Pick, David Foenkinos
Hotel Portofino, J. P. O’Connell
Orgulho e preconceito, Jane Austen — RELIDO desta vez em português
A última livraria de Londres, Madeline Martin
Uma mulher singular, Vivian Gornick
Caderno proibido, Alba de Cespedes
O sol também se levanta, Ernest Hemingway
Véspera, Carla Madeira
Noites Brancas, Fiódor Dostoiévski
Berta Isla, Javier Marías — RELIDO
Garota, mulher, outras, Bernardine Evaristo
A vida peculiar de um carteiro solitário, Denis Thériault — RELIDO
Casas Vazias, Brenda Navarro
A boa sorte, Rosa Montero
As vitoriosas, Laetitia Colombani
O peso do pássaro morto, Aline Bei
Vermelho amargo, Bartolomeu Campos de Queirós RELIDO
Confissões, Kanae Minato
A arte da rivalidade, Sebastian Smee
Autobiografia, Agatha Christie RELIDO
A cidade e as serras, Eça de Queiroz RELIDO
Laços, Domenico Starnone
A elegância do ouriço, Muriel Barbery RELIDO
Violeta, Isabel Allende
O apartamento de Paris, Lucy Foley
O hotel na Place Vendôme: Vida, morte e traição no Ritz de Paris, Tilar J. Mazzeo
Ficções, de Jorge Luís Borges
Uma relação Imprópria, Barbara Pym RELIDO, desta vez em português
2030: Como as Maiores Tendências de Hoje Vão Colidir com o Futuro de Todas as Coisas e Remodelá-las, Mauro F. Guillén
Incidente em Antares, Érico Veríssimo
Ao todo foram trinta e três livros. Entre eles oito relidos. Quase um quarto deles. Seis escolhidos como os melhores do ano.
Em primeiríssimo lugar:
Uma mulher singular, de Vivian Gornick. Uma autobiografia de uma mulher moderna, intelectual, que mantém o ritmo sincopado da cidade de Nova York, onde vive. Não é linear. Não é a história completa de uma vida. Tampouco é um livro para todo leitor. Mas é fascinante, revela uma era, uma mente curiosa e desvenda um conhecimento literário muito maior do que o de grande parte dos leitores. É um livro que eu gostaria de um dia poder escrever, mas acredito que só esta autora poderia fazê-lo.
Em segundo lugar:
Ficções de Jorge Luis Borges. Que desafio! Que brincadeira com a mente dos leitores. Extraordinário. Este livro terei que reler ainda algumas vezes. Mas é tudo o que haviam anunciado e muito mais. Que passeio entre a realidade (ela existe?) e o sonho. Definitivamente um livro que não pode deixar de ser lido. Labiríntico.
Em terceiro lugar:
Incidente em Antares, Érico Veríssimo. Ah, que prazer! Uma comédia, uma crítica social, um retrato em que ainda nos reconhecemos! Um prazer esta leitura, um divertimento que me fez refletir, sobre a nossa cultura, o nosso momento, sem amargor. Muito bom.
Os outros três, também excelentes leituras: Laços, de Domenico Starnone; Lições de Ian McEwan e Caderno proibido de Alba de Céspedes. Recomendo todos três (dois italianos e um inglês, que ano diferente!) para quem queira ler obras reflexivas com qualidade literária de primeira!








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