Cadeira de balanço azul, 1914
David Milne (Canadá, 1882-1953)
óleo sobre tela, 50 x 50 cm
Art Gallery de Ontário
Cadeira de balanço azul, 1914
David Milne (Canadá, 1882-1953)
óleo sobre tela, 50 x 50 cm
Art Gallery de Ontário
Pouco se fala no outro grande sucesso de Shakespeare, além de seu legado literário. Apesar de suas primeiras peças teatrais serem hoje consideradas ainda imaturas, faltando um certo refino de forma, ela foram, em seu tempo, grande sucesso de bilheteria. Comédias como “A comédia de erros” (1623) e dramalhões como “Tito Andrônico” (1594) representaram bem o gosto popular, rendendo a William Shakespeare o suficiente para sair da pobreza e viver como um “country gentleman”. Ele conseguiu especular financeiramente comprando e vendendo imóveis, onde obteve sucesso, investindo sempre que possível. Também emprestava dinheiro a juros, chegando a processar na justiça aqueles que não lhe pagavam de volta. E finalmente ele comprou ações do Globe Theater que o fizeram rico podendo se aposentar em 1613 em Stratford, como um homem rico.
Fonte: Secret Lives of Great Authors, Robert Schnakenberg
Leitora
Hélène Beland (Canadá, 1949)
óleo sobre tela, 120 x 120 cm
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“Para quem se beneficia das indulgências da vida, a obrigação de rigor na consideração da beleza é inegociável. A língua, essa riqueza do homem, e seus usos, essa elaboração da comunidade social, são obras sagradas. Que evoluam com o tempo, se transformem, se esqueçam e renasçam, enquanto, por vezes, sua transgressão torna-se fonte de uma fecundidade maior, nada muda o fato de que, para praticar com elas esse direito ao jogo e à mudança, é necessário, previamente, ter-lhe declarado plena submissão. Os eleitos da sociedade, esses que o destino isenta das servidões que são o quinhão do pobre, têm, portanto, a dupla missão de adorar e respeitar o esplendor da língua. Por último, que uma Sabine Pallière faça mau uso da pontuação é uma blasfêmia tanto mais grave na medida em que, ao mesmo tempo, poetas maravilhosos nascidos em barracos fedorentos ou em subúrbios que parecem lixões têm por ela essa sagrada reverência que é devida à Beleza.”
Em: A elegância do ouriço, Muriel Barbery, tradução de Rosa Freire d’Aguiar, São Paulo, Cia das Letras: 2008, p. 117
Nota: Há poucos livros que releio. Precisam ter conteúdo mais denso, ter agradado pelo prazer da escrita, ter ideias que possam ser pensadas, discutidas, conversadas. Fiz neste mês que passou a terceira leitura de A elegância do ouriço e continua, para mim, excelente no contar de uma história e levantar questões por que passamos todos os dias sem nos deter. Recomendo a leitura.


