Marie Spartali, 1869
Ford Maddox Brown (Inglaterra, 1821-1893)
pastel
Coleção Particular
Marie Spartali, 1869
Ford Maddox Brown (Inglaterra, 1821-1893)
pastel
Coleção Particular
Leitora, 1932
Luiggi Scarpa Croce (Itália, 1901- 1967)
óleo sobre tela, 59 x 45 cm
Museu Cívico de Rovereto
A expressão best seller, foi usada pela primeira vez em 1889, no jornal americano The Kansas Times & Star, em um artigo que falava dos livros mais vendidos. Mas o termo só passou a ser usado popularmente a partir de 9 de abril de 1942, quando o jornal The New York Times publicou a The New York Times Best Seller List. Desde então a frase se tornou uma referência no mundo dos livros.
Paisagem, 2003
Andréa Vasconcelos (Brasil, contemporânea
óleo sobre tela, 120 x 120 cm
Vaso com flores, 2001
Carlos Soares (Brasil, 1957)
aquarela, 25x 25 cm
Lendo as notícias, 1873
Charles Sims (Inglaterra, 1873-1926)
óleo sobre tela, 50 x 60 cm
La Rochefoucauld
Arcos da Lapa – Fundição Progresso – Morro do Estácio
Carlos Haraldo Sorensen (Brasil, 1928 – 2008)
óleo sobre tela, 40 x 50 cm
Visitas, meu camarada,
sempre dão prazer à vida:
não sendo quando à chegada,
será, por certo, à saída…
(Pedro Uzzo)
No café
Ricardo Sanz (Espanha, 1957)
óleo sobre tela, 116 x 89 cm
Daniel Pennac
Café da manhã
Jacques Denier (França, ? — 1983)
óleo sobre tela, 50 x 61 cm
Retrato de minha mãe
Carlos Blanco (Espanha, 1983)
Sete anos bons de Etgar Keret, traduzido por Maira Parula, é uma aventura no cotidiano do autor que nos delicia com humor afiado e perfeito distanciamento crítico para enaltecer o contrassenso da vida diária. Nossa consciência dos disparates existenciais de Keret se aprimora quando somos testemunhas de que essas aventuras habituais se passam no contexto da vida ordinária em Israel. A possibilidade de guerra é real e ressaltada pelos frequentes e pequenos ataques. O despropósito de executar regras e corresponder a expectativas nessas circunstâncias é exacerbado e deveria surpreender qualquer ser pensante, mas até mesmo a absurdos todos nos acostumamos. Etgar Keret toma para si a responsabilidade de mostrar ao seu leitor os disparates diários de nossas vidas quer em Israel, quer fora.
Além disso, com semelhante distanciamento e fina ironia participamos das aventuras do escritor que, como participante de diversas rodas literárias focando suas publicações, encontra-se ora num ora noutro local do mundo, onde poucos têm noção, sensibilidade, ou conhecimento da realidade e dos complexos sentimentos de um judeu fora do ninho. Há também momentos de ternura principalmente quando Etgar Keret alude ou descreve sentimentos sobre seu filho ou pai. Mas, os laços familiares podem ser também vistos com um olhar divertido, como em seu relacionamento com a irmã, casada com um judeu ortodoxo. Aí sentimos a aguçada crítica à incoerência de prescrições religiosas impostas na rotina diária.
Melhor do que descrever seu estilo, será sem dúvida mostrá-lo nessa pequena passagem:
“Quando eu tinha 3 anos, tinha um irmão de 10 e torcia do fundo do meu coração, para ser igual a ele quando crescesse. Não que houvesse alguma chance. Meu irmão mais velho já havia pulado duas séries na escola e tinha uma compreensão invejável de tudo, de física atômica e programação de computadores ao alfabeto cirílico. Mais ou menos nessa época, meu irmão começou a ter uma séria preocupação comigo. Um artigo que leu no Haaretz dizia que os analfabetos são excluídos do mercado de trabalho e o incomodava muito que seu irmão de 3 anos viesse a ter dificuldade para encontrar emprego. Assim começou a me ensinar a ler e escrever com uma técnica singular que chamava de “método do chiclete”. Funcionava da seguinte maneira: meu irmão apontava uma palavra que eu tinha de ler em voz alta. Se eu lesse corretamente, ele me dava um pedaço de chiclete não mastigado. Se cometesse um erro, ele grudava o chiclete que mascava no meu cabelo. O método funcionou como mágica e, aos 4 anos, eu era a única criança na creche que sabia ler.” [73]
Há tempos que não lia algo tão leve. Todas as noites antes de dormir li uma de suas crônicas, podendo me recolher em excelente estado de espírito. Levei um mês para cobrir as trinta e poucas crônicas do livro. Divertido com um humor diferenciado, irônico, Keret lembrou-me muito do prazer de ler crônicas, relatos do dia a dia, sob o ponto de vista do absurdo. Sete anos bons foi minha apresentação a estas crônicas de fino humor. Recomendo a leitura.
NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem incentivos para a promoção de livros.