Lloyd Nelson Grofe (EUA, 1900-1978), Capa da Nature Magazine, Vol. 16 nº4, Outubro, 1930.
Você encontrará neste blog diversas fábulas de Leonardo da Vinci. Além de grande pintor, arquiteto e cientista, o gênio da Renascença italiana também ficou conhecido por sua arte de conversar, de contar histórias. Também escreveu e anotou fábulas e contos populares, lendas e anedotas, organizando-as em volumes diversos. Algumas dessas lendas foram traduzidas por Bruno Nardini e publicadas no Brasil em 1972. Transcrevo aqui a fábula A aranha e as uvas do volume de Leonardo chamado: Fábulas, Atl. 67 v.b.) Em: Fábulas e lendas, Leonardo da Vinci, São Paulo, Círculo do Livro: 1972, p.31.
A fábula de hoje, tem uma moral conhecida nossa, sabedoria popular, vinda da tradição latina através de Portugal: Quem o mal deseja a seu vizinho, vem o seu pelo caminho.
A aranha e as uvas
Uma aranha observou durante dias a fio os movimentos dos insetos, e notou que as moscas ficavam em torno de um grande cacho de uvas muito doces.
— Já sei o que fazer, disse ela para si mesma.
Subiu para o alto da parreira e, por meio de um tênue fio, desceu até o cacho de uvas, onde instalou-se num pequenino espaço entre duas frutas.
De dentro do esconderijo começou a atacar as pobres moscas que vinham em busca de alimento. Matou muitas delas, pois nenhuma suspeitava que houvesse ali uma aranha.
Porém em breve chegou a época da colheita.
O fazendeiro foi para o campo, colheu o cacho de uvas e atirou-o para dentro de uma cesta, na qual se viu espremido junto com outros cachos.
As uvas foram a armadilha fatal para a aranha impostora, que morreu exatamente como as moscas que enganara.





