Imagem de leitura — Chen Bolan

28 09 2019

 

 

 

Chen Bolan (China, 1955) Girl Reading Near a WindowMenina lendo próximo à janela

Chen Bolan (China, 1955)





Leitura silenciosa, conosco a partir da Idade Média

28 09 2019

 

 

 

4b Benson, Ambrosius Benson - Young Woman in Orison Reading a Book of Hours, 1520sJovem em oração lendo o Livro de Horas, 1520

Ambrosius Benson ( Itália, 1495 – Flandres, 1550)

óleo sobre madeira, 21 x 13 cm

Museu do Louvre, Paris

 

 

Uma das consequências inesperadas do IV Concílio de Latrão, também chamado de O grande Concílio, em 1215,  sob liderança do papa Inocêncio III, foi o nascimento da leitura silenciosa, individual.

Neste concílio, o maior concílio  ecumênico  da  Idade  Média,  a Igreja decidiu que as confissões de pecados seriam mandatórias para o povo, para as massas.  E que todo cristão que tivesse atingido a idade de discrição (primeira comunhão) deveria, pelo menos uma vez ao ano, confessar seus pecados ao padre de sua paróquia. (cânone 21, conhecido como Omnis utriusque sexus).

Até então a catequese tinha base no ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações.  Seguia-se os passos da Igreja nos seus primórdios em que fiéis passavam seus bens para  a causa cristã e dividiam tudo entre eles. Com esse espírito houve maior adesão de leigos à Igreja e, entre outros hábitos,  a leitura da Bíblia  era comunitária.  O sistema feudal muito colaborou  para a manutenção de atitudes comunitárias.

A Igreja sempre considerou importante manter domínio sobre a  interpretação dos Evangelhos, portanto, não foi sem controvérsia, que aceitou os hábitos comunitários, baseados nos primórdios do desenvolvimento cristão. O concílio de 1215, tentou colocar um fim nisso, trazendo, entre outras modificações, a leitura para o âmbito individual.  Enquanto a confissão individual foi uma tentativa da Igreja  de se aproximar do povo, conhecer as verdadeiras preocupações do indivíduo,  na intimidade do confessionário pessoal, íntimo e velado.

 

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Com esta decisão o conceito de moralidade na Europa passou de externo, comunitário, onde todos eram responsáveis por todos;  para ser pessoal, ou seja, moralidade dependente do caráter, do juízo pessoal  e não mais dependente do julgamento da comunidade.  O nascimento da responsabilidade individual, que dois séculos depois fomentou o humanismo da Renascença, no século XIII deu espaço a hábitos solitários, como a leitura individual.

Mais tarde, esse individualismo na leitura,  foi auxiliado  com a invenção dos tipos móveis de Gutenberg que permitiu a publicação de livros com custo muito menor.

Mesmo assim, a leitura, silenciosa, individual, crescendo no íntimo do leitor, só passou a ser comum em meados do século XVIII.  Até então, a leitura pública era comum.





Flores para um sábado perfeito!

28 09 2019

 

 

LUCILIA FRAGA. Vaso com flores. 60 x 50. Assinado no c.i.dVaso com flores

Lucília Fraga (Brasil, 1895 – 1979)

óleo sobre tela, 50 x 60 cm