Nossas cidades: Santos, SP

26 09 2016

 

 

georgina-de-albuquerque-1885-1962domingo-de-sol-na-praia-de-santos-oleo-s-tela-65-x-80-assinado-e-datado-1950-no-c-i-eDomingo de sol na praia de Santos, 1950

Georgina de Albuquerque (Brasil, 1885-1962)

óleo sobre tela, 65 x 80 cm





Imagem de leitura — Jules Pascin

26 09 2016

 

 

jules-pascin-girl-in-blue-dress-on-sofa-reading-jules-pascin-circa-1922Garota de vestido azul no sofá, c. 1922

Jules Pascin (Bulgária/EUA, 1885-1930)

óleo sobre painel de fibra colado em madeira, 65 x 55 cm

The Barnes Foundation





Resenha: “Pequena Abelha”, de Chris Cleave

25 09 2016

 

 

oresegun-olumide-nigeria-1981-ostVestido de noiva perfeito

Oresegun Olumide (Nigéria, 1981)

óleo sobre tela

 

 

 

Deixe-me primeiro deixar claro que a narrativa de Pequena Abelha não me pareceu mágica, nem me encantou, nem me fez chorar e muito menos não me fez ficar mais sensível ao problema social, mundial, que retrata, como parece ter acontecido a muitos leitores. Em segundo lugar, não gosto de literatura com um fim político. Toda vez que uma autor tem  uma causa a retratar, a passar adiante, ele diminui o potencial de sua criatividade, por aceitar os parâmetros da mensagem. E ainda, em terceiro lugar, não gosto de narrativas contadas por uma voz infantil.  Acho de imediato que haverá exploração emocional, que como leitora, estarei logo logo apta a ouvir violinos na música de fundo, pois eles estão a postos, como num filme de Walt Disney,  para provocar o sentimentalismo.  Poucos são os autores cuja voz narrativa, de criança ou de adolescente, recebem os meus cumprimentos.  Lembro-me mais recentemente dos livros O Retorno de Dulce Maria Cardoso e de Vermelho Amargo de Bartolomeu Campos de Queirós que, sendo exceções, provam a regra.  Achei a voz da Pequena Abelha ingênua demais, para dezesseis anos, com todos os sinais de uma exploração sentimental, ao longo do caminho.

A história explora a saga dos refugiados de guerra. Tema eminentemente contemporâneo e corriqueiro.  No pano de fundo temos o retrato da indiferença do poder colonial inglês, que pode ser estendido a todos os poderes coloniais europeus ou orientais.  A história da pequena imigrante nigeriana, fugitiva de guerra, é entremeada com a história de um casal de jornalistas ingleses.  Suas histórias se intercalam, mesmo depois de se encontrarem.  Duas narrativas, duas realidades.  Um balanço de pontos de vista.   Essa parece ter sido a ideia original do autor, já que o título original da obra era On the other hand – (Por outro lado). Aqui no Brasil, convencionou-se usar Pequena Abelha, o mesmo nome dado à obra nos EUA onde o marketing estipulou o título para melhor exploração comercial. Ao personalizar o sofrimento generalizado de um povo, a história se torna mais próxima ao leitor.  Essa mudança, no entanto, tira a ênfase dos dois lados da história: do refugiado e de quem o recebe.  Neste caso, especificamente, uma situação muito mais complexa já que os antigos colonizadores são os que recebem, ou não, os refugiados de guerra de uma antiga colônia, onde muitos se consideravam cidadãos do poder colonial.

 

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Chris Cleave é um autor inglês e faz uma interessante comparação entre colonizados e colonizadores. Conflitos entre empresas de petróleo, no delta do rio Níger com grupos étnicos minoritários, se estendem desde a década de 1990. A partir de 2004 houve um aumento significativo da violência entre eles.  O casal de jornalistas ingleses é retratado com dois pontos de vista sobre o que acontece na ex-colônia.  Sarah sente-se culpada pelos anos de colonização e não perde a oportunidade de demonstrar sua culpa como colonizadora sacrificando-se na tentativa de salvar pelo menos parte do que restava de civilização.  Mesmo ao final, quando tudo parece estar se resolvendo, Sarah mostra sua culpa, ao dizer ao filho que é preciso proteger a Pequena Abelha “porque ainda não fizemos o suficiente para salvá-la.” (Nigéria?) Seu marido, Andrew, por outro lado, não compartilha da culpa social. A responsabilidade pelo estado das coisas na Nigéria é deles, dos nigerianos, afinal a Grã-Bretanha já está fora de lá há muito tempo. É uma guerra entre nigerianos. Ele se acha incapaz, ou se recusa a fazer o sacrifício que lhe é requerido.  Como um bom intelectual, no entanto, prepara um dossiê sobre o problema para futura publicação. Mas é assediado pelo fantasma da culpa que acaba por consumi-lo. Tampouco perdemos de vista a posição governamental britânica, representada por Lawrence amante de Sarah e funcionário do governo. Todos os aspectos de responsabilidade sobre o destino dos seres humanos aprisionados na máquina de guerra estão amplamente representados.

Ainda que a narrativa pareça bem organizada e distribuída, é necessário lembrar que as passagens dedicadas a Charles, filho de Andrew e Sarah, que com roupa de Batman, perambula pela narrativa, são extremamente cansativas e não adicionam nada de especial à trama. Apelam simplesmente para o nosso encantamento com uma criança de quatro anos.  Pouca ênfase também é dada a qualquer dilema ético de Sarah ou de Lawrence que levam o affair amoroso adiante, traindo marido e esposa respectivamente, sem nenhum questionamento ético. O caso amoroso entre eles é bidimensional, e está na trama simplesmente para poder produzir a perspectiva da burocracia inglesa sobre os refugiados.

 

chris-cleave-yx4i00531-199x300Chris Cleave

 

Como trabalho jornalístico esse é um bom romance.  Como obra literária deixa a desejar.  A narrativa, que lembra no suspense a obra cinematográfica de Alfred Hitchcock, parece óbvia demais para agradar ao gosto mais apurado. É um livro para as massas. Comercial. Explora o sentimentalismo. No entanto, se abre espaço para reflexões sobre a saga dos refugiados, para a crueldade da intolerância, serviu seu papel. Dou três de cinco estrelas.

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Domingo, um passeio no campo!

25 09 2016

 

 

aroldo-paivabrasil-1933ribeirao-dos-macacos-nova-lima-2005ostsm70-x-100-cmRibeirão dos Macacos, Nova Lima, 2005

Aroldo Paiva (Brasil, 1933)

óleo sobre tela colado em madeira, 70 x 100 cm





Imagem de leitura — Janina Süssle-Muszkietowa

24 09 2016

 

 

mulher-lendo-um-livro-janina-sussle-muszkietowa-polonia-1903-1956oleo-sobre-papelao-33-x-48-cmMulher lendo um livro

Janina Süssle-Muszkietowa (Polônia, 1903–1956)

óleo sobre papelão, 33 x 48 cm

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Flores para um sábado perfeito!

24 09 2016

 

 

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Mimosas e rosas

Jorge Reider (Áustria/Brasil, 1912-1962)

Óleo sobre tela





Rio de Janeiro, cidade olímpica!

23 09 2016

 

 

thiago-castro-1984-vista-chinesa-ost-29-x-37Vista chinesa

Thiago Castro (Brasil, 1984)

óleo sobre tela, 29 x 37 cm





Hoje é dia de feira, frutas e legumes frescos!

21 09 2016

 

 

benedito-andrade-brasil1906-1979natureza-morta-com-abacaxi1965oleo-sobre-tela60-x-80-cmNatureza morta com abacaxi, 1965

Benedito Andrade (Brasil, 1906 – 1979)

Óleo sobre tela, 60 x 80 cm





Da minha mesa de trabalho

21 09 2016

 

dsc01454Nesta semana um grande buquê misturado de crisântemos e margaridas.

 

 

Passagem do tempo. Quando os bebês nascem é comum os pais saberem o progresso de seus filhos. Engatinham com tantos meses, falam com outros tantos. Sabemos tudo. Quando anda, quando nasce o primeiro dente.

O mesmo não acontece com o envelhecimento. Cada qual envelhece de maneira própria. Uns são grisalhos aos trinta anos, outros só aos sessenta. Engordamos. Rugas se aninham nos olhos. Hormônios desaparecem. Juntas sofrem. Tudo isso em diferentes idades e de maneiras diversas. Somos o resultado das nossas escolhas pregressas, da genética e do acaso.

Estou num momento em que tenho amigas da mesma idade que eu, amigas vinte anos mais velhas e amigas tão jovens que poderiam ser minhas filhas.

Dizem que envelhecer está na cabeça. Não é bem verdade. O corpo envelhece. Há dores. Perde-se audição, visão, um tanto de mobilidade, mesmo para aqueles mais devotos à vida saudável, restrições abundam.. É uma batalha constante o mero sobreviver.

Envelhecer se reflete também nas atitudes. Hoje temos inúmeras melhorias no envelhecer e desafios incalculáveis. Eletrônicos, internet, ferramentas e aplicativos exigem destreza nas mãos artríticas e são uma barreira entre aqueles que se habilitam e os que resistem a inovações.

Recentemente ajudei uma amiga a instalar alguns aplicativos no seu celular. Ela, já na oitava década de vida, saiu da comunicação por papel à comunicação por celular sem passar pelo email. Nunca dominou a arte de receber e passar emails. Ela não está sozinha. Há ainda muita resistência aos “novos métodos”.  A divulgação constante de fraudes na internet não ajuda a quem já fragilizado pela idade, se sente um pária no mundo informatizado. Vulnerável.

A resistência às inovações aumenta a percepção do envelhecimento. Todos nós preferimos o que conhecemos. Mudar requer esforço. Tenho visto muita resistência à entrada nas redes sociais pelas amigas mais idosas. Pena. Perdem a oportunidade de se conectar com netos, sobrinhos, amigos distantes e de fazer novos conhecidos. Já vivem uma vida de grande reclusão, este seria um bom paliativo para o distanciamento. Vejo também resistência ao livro eletrônico. No entanto, ele é de grande ajuda para quem já não enxerga tão bem e para quem não pode levantar muito peso na mão artrítica. Não só o livro ficaria mais fácil de segurar, como o preço reduzido ajudaria no bolso cada vez mais vazio do aposentado.

Produtos eletrônicos poderiam servir melhor a todos, com botões de fácil manejo para dedos imprecisos e explicações claras, beabá, porque nem todos têm um adolescente na família que possa ou queira dar instruções a seus familiares.

Não está fácil essa adaptação ao mundo virtual, para os mais velhos ou para quem resiste a mudanças. Mas assim como temos que nos exercitar e comer equilibradamente, também temos que nos manter em dia com as inovações. Não adianta resistir. O mundo muda, sempre, a toda hora. Mesmo que seja incômodo, temos que ir junto. Seria uma maneira do envelhecimento se tornar um pouco menos restritivo.

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Palavras para lembrar — Thomas Hardy

19 09 2016

 

 

emilia-dukszynska-duksztapolonia-1847-1898-menina-a-escrivaninha1883-oleo-sobre-tela-72-x-55-cmMenina à escrivaninha,1883

Emilia Dukszyńska-Dukszta(Polônia, 1847-1898)

óleo sobre tela, 72 x 55 cm

Museu Narodowe, Varsóvia

 

 

“Um romance não é um argumento, mas uma impressão.”

 

 

Thomas Hardy

 

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