A Primeira Cruz, texto de Ofélia e Narbal Fontes

13 08 2015

 

volpi+mogi+1932+1933Mogi das Cruzes, 1932

Alfredo Volpi (Itália/Brasil, 1896-1988)

óleo sobre tela

Museu de Arte Moderna

 

 

“Só depois de quatro dias de caminhada, a bandeira saiu da mata e marchou por uma campina até as barrancas do rio Mogi. E como já fosse tarde, armou acampamento ali mesmo. Já ao clarear do outro dia, atravessava o rio a vau com água pelo peito. Os tropeiros tiveram de repartir a carga das mulas e fazer o transporte em duas ou mais viagens. Os negros erguiam os fardos de provisões acima da cabeça e transpunham o rio penosamente… Enquanto isso, Nuno Ramires andava numa extraordinária atividade, confabulando, aliciando a chusma de aventureiros, preparando enfim, com antecedência que lhe parecia necessária, a grande traição…

Assim prosseguiu a bandeira, conseguindo percorrer cerca de cem léguas em trinta dias, por uma trilha conhecida pelos mineiros de Sabará, até que atingiu as barrancas do rio Grande. Aí fez alto. E dentro e pouco havia uma atividade febril no acampamento: o Anhaguera dirigia, pessoalmente, a fabricação de canoas para a travessia do rio.”

 

Em: Gigante de Botas (novela histórica), Ofélia e Narbal Fontes, São Paulo, Saraiva; 1963, p. 49

 

Anhaguera: Bartolomeu Bueno da Silva foi um bandeirante do Brasil colonial e colonizador do Brasil central (Goiás).


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2 responses

13 08 2015
Avatar de Paulo Araujo de Almeida Paulo Araujo de Almeida

Muito legal! Sant Ana das Cruzes de Mogi. Lugar de passagem, antes ainda das montanhas do “Sertão de Cataguases” – Sul de MG.

15 08 2015
Avatar de peregrinacultural peregrinacultural

Isso mesmo! Um lugar para sempre ligado à nossa história! 😉

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