As máscaras, poema de Menotti del Picchia

15 02 2015

 

 

George Barbier, 1919Pierrot, Colombina e Arlequim, 1919

[ilustração para o Balé Carnaval)

George Barbier (França, 1882-1932)

Litogravura policromada

 

As Máscaras

 

 

Menotti del Picchia

 

— O teu beijo é tão quente, Arlequim
— O teu sonho é tão manso, Pierrot

Pudesse eu repartir-me
encontrar minha calma
dando a Arlequim meu corpo…
e a Pierrot a minh’alma!

Quando tenho Arlequim,
quero Pierrot tristonho,
pois um dá-me o prazer,
o outro dá-me o sonho!

Nessa duplicidade o amor todo se encerra:
um me fala do céu… outro fala da terra!

Eu amo, porque amar é variar,
e em verdade, toda a razão do amor
está na variedade…

Penso que morreria o desejo da gente
se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente.

Porque a história do amor
só pode escrever-se assim:
um sonho de Pierrot…
e um beijo de Arlequim!

 

 

Este poema é baseado na fala final de Colombina em Máscaras, (1920)de Menotti del Picchia.


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2 responses

15 02 2015
Avatar de anisioluiz2008 anisioluiz2008

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15 02 2015
Avatar de Remar marielfernandes

É carnaval, não me diga mais quem é você. Adorei a poesia.

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