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Consertando a cerca, Ilustração de J. H. Wingfield (Inglaterra, 1910-2002).
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Uma nova pesquisa sobre livros infantis ilustrados, feita nos Estados Unidos, constatou que os estereótipos de gênero, como as mães dando carinho e os pais sendo responsáveis pelo sustento da família, continuam teimosamente persistentes até os dias de hoje.
Os livros continuam retratando o que hoje pode ser considerada uma ficção dando preferência a uma realidade incompatível com o presente, no dia a dia da criança. Os livros infantis nos EUA estão com ilustrações anacrônicas, com papéis sexuais das histórias ilustradas estagnados a décadas atrás.
A pesquisa se baseou em uma amostra aleatória de 300 livros infantis “fáceis” de mais de 1.400 listados no catálogo de livros infantis, usado para ajudar bibliotecas escolares e comunitárias na escolha de livros de qualidade. Os livros foram então divididos de acordo com a data de publicação, começando com um grupo de 50, publicados entre 1900 e 1959. Grupos adicionais de 50 foram escolhidos a partir de cada uma das últimas quatro décadas do século XX. Os últimos 50 foram escolhidos dentre os livros publicados no ano de 2000.
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Fazendo a cama, ilustração de J. H. Wingfield (Inglaterra, 1910-2002)
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Os pesquisadores procuraram por atitudes específicas dos pais representados, observando o comportamento de pais e mães nas ilustrações. Dividiram em comportamentos de afeto ou conforto à criança; comportamentos de prestação de cuidados (como preparar refeições ou limpar a criança); comportamentos disciplinares (como repreensão), companheirismo (como brincar com a criança ou dar um passeio), e o trabalho fora de casa.
Ninguém se surpreendeu de ter encontrado uma grande quantidade de estereótipos de gênero. Mas ao contrário das expectativas, esta tendência não diminuiu significativamente com o passar do tempo. Pais em geral sendo retratados trabalhando fora e as mães sendo as principais cuidadoras das crianças. Os pesquisadores relatam esses estereótipos têm suavizado ao longo das décadas, mas apenas ligeiramente e de forma esporádica. Houve um pico de de ilustrações de comportamentos mais modernos, em 1970, mas desde então tudo permaneceu no mesmo patamar até o ano 2000.
“Os pais, em livros publicados em 2000, se mostraram, nas ilustrações como capazes de maior prestação de cuidados e carinho do que em períodos anteriores, e as mães foram representadas em maior número trabalhando fora de casa”, sugeriram os pesquisadores. “Mas falta significância nos resultados estatísticos para que isso seja considerado uma tendência. O exemplo de 1970 mostra que pode haver picos de mudanças e depois as coisas darem para trás. Há evidentemente uma teimosia cultural que não deixa o retrato da vida no presente. Há uma idealização de papéis? .
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FONTE: PS MAGAZINE
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