–
–
Amadeu Luciano Lorenzato (Brasil, 1900-1995)
óleo sobre eucatex, 48 x 36 cm
Coleção Particular
–
O Girassol *
–
Maurílio Leite
–
Quando o sol nasce em pompa radioso
De luz banhando o universo inteiro,
O girassol desperta no canteiro
Para seguir-lhe o rastro luminoso.
–
E fica assim, à terra preso e em gozo,
Apesar da distância o rotineiro,
Corola aberta ao beijos do luzeiro,
Cada vez mais distante e mais formoso.
–
Comparo o girassol à nossa lida;
Cada vez a distância é mais sentida
No infinito do espaço em que vivemos.
–
Vivo sempre a seguir-te em pensamento,
Não poder alcançar-te é o meu tormento.
Sou como a flor… tu és meu sol … Giremos.
–
* Este soneto foi musicado pelo autor.
–
Em: Panorama da poesia norte-riograndense, coletado por Rômulo C. Wanderley, Rio de Janeiro, Edições do Val: 1965, introdução Luiz da Câmara Cascudo.
–
Maurílio Leite (RN 1904- RJ 1939) nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte em 1904. Foi aluno do Grupo Escolar Augusto Severo, e depois do Ateneu Norte-Riograndense e da Escola de Comércio de Natal. Desde o curso primário demonstrou vocação para a música e para a poesia. Mudou-se para o Rio de Janeiro onde continuou compondo versos e músicas, aproveitando temas folclóricos e líricos. Percorreu o Brasil como musicista e compositor. Morreu subitamente em 1939, no Rio de Janeiro, após executar uma das Polonaises de Chopin. Em 1942, seus restos mortais foram trasladados para o Cemitério do Alecrim em Natal.











