–
–
Michelle Ranta (EUA, contemporânea)
óleo sobre madeira, 75 x 90 cm
–
“Ler é central nas nossas vidas. A biblioteca é o nosso cérebro. Sem uma biblioteca, não há civilização”.
–
Ray Bradbury
–
–
Michelle Ranta (EUA, contemporânea)
óleo sobre madeira, 75 x 90 cm
–
–
Ray Bradbury
–
–

–
–
–
Lachambaudie
–
–
Reina o estio. No vale
Languida flor emurchece,
E chama, p’ra socorrê-la,
Uma nuvem, que aparece.
–
“Tu que do Aquilão[*] nas asas
Vais pelo espaço a correr,
Vê que de calor me abraso,
Vem, não me deixes morrer.
–
Com essas águas que levas,
A minha dor refrigera.”
— “Tenho missão mais sagrada,
Agora não posso — espera“.
–
Disse e foi-se!.. De abrasada
Cai e espira a flor tão bela:
Volta a nuvem e despeja
Quanta água tinha sobre ela.
–
Era tarde!
–
–
[*] Aquilão é o vento do norte.
–
Em: O Espelho, revista semanal de literatura, modas, indústria e artes, Rio de Janeiro, 1859.
NOTAS:
1 – Não sei de quem é o texto em português. A publicação de 1859, não traz autoria.
2 – Lachambaudie (1807-1872) foi um escritor, poeta, cancioneiro francês. Trabalhou como contador a maior parte de sua vida. Foi um escritor de fábulas, na tradição de seu conterrâneo La Fontaine, em verso. Dentre outras publicações de poesia, distingui-se sobretudo seu livro, Fábulas de Pierre Lachambeaudie, de 1844.
–
–
Frequentemente quando posto uma fábula sem a famosa “moral” no final, alguém inevitavelmente me pergunta pela moral. Não é um obrigatoriedade de todas as fábulas apresentarem uma moral, pré-estabelecida pelo autor. Muitas vezes, talvez até mais do que se imagina, a moral é para ser entendida pelo leitor. Aqui nesse caso, cabe o dito popular:
–
Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje.
–
–
Praia, Caroline Ruth Eger.–
–
Deixei recado na areia
da praia de ondas selvagens
me esqueci que a maré cheia
nada entende de mensagens…
–
(Albertina Moreira Pedro)
–
–
Judy Cassab (Austria, 1920)
óleo sobre tela
–
–
Judy Cassab nasceu em Viena, na Áustria em 1920. Estudou na Academia de Arte de Praga, República Checa, casando-se em 1939 com Jansci Kampfner, que foi retirado para um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Quando a guerra terminou e ele retornou, o casal teve dois filhos ainda na década de 1940. Sem conseguirem esquecer as provações por que passaram durante a guerra, casal e filhos emigra para a Austrália. Não foi uma adaptação fácil para a pintora. Mesmo em época tão recente não consideravam séria a pintura de uma mulher. E ainda num país estrangeiro, com uma cultura diferente, paisagem diferente. Mas continuou lutando e veio finalmente a se estabelecer no final da década de 1960.


