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Bandeirantes, gravura do século XVIII.
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Miguel Sutil foi um dos primeiros bandeirantes que atravessaram os sertões de Mato Grosso. Em outubro de 1720, encontrava-se ele no povoado de Nossa senhora da Penha, onde tinha inciado uma plantação de milho e mandioca.
Durante muito tempo, Sutil havia procurado ouro na região sem nada conseguir. Certo dia, achava-se ele no interior da mata, longe de casa, quando sentiu fome. Ordenou então, a dois índios carijós, que trouxera em sua companhia, que percorressem a floresta em busca de mel de abelhas e palmito.
Lá se foram os índios obedientes à ordem do chefe. Passaram-se muitas horas sem que eles voltassem. Sutil ficou impaciente. A fome aumentava a nada havia ali para comer.
O sol descambava no horizonte. Os pássaros recolhiam-se aos seus ninhos. E os índios não apareciam. Sutil estava furioso com a demora dos indígenas.
De repente, ouviu-se um barulho no mato e surgiram, afinal, os dois carijós. Vinham correndo. Traziam nas mãos alguma coisa que o bandeira não distinguiu.
Sutil interpelou-os com energia. Os índios nada responderam. Mas mostraram ao chefe o que traziam. Suas mãos estavam cheias de ouro!
Mal rompeu o dia, Sutil dirigiu-se ao lugar onde os índios haviam encontrado o ouro. Lá chegando, quase desmaiou de emoção. O ouro, em grande quantidade, brilhava na superfície da terra. Num só dia, o bandeirante e os índios recolheram mais de duas arrobas de ouro!
E assim foi descoberta uma das minas de ouro mais ricas da região centro-oeste do Brasil.
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Em: Vamos estudar? — 3ª série primária – de Theobaldo Miranda Santos, edição especial para os estados Goiás e Mato Grosso, Rio de Janeiro, Agir: 1961