
Músicos, cartão de Natal, da Rússia, sem data.
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Os violões no Natal
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Sabino de Campos
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Os violões, no Natal, são mais sonoros:
Enchem nossa existência de infinito,
De perfumes sinfônicos e coros
Doces, pungentes como um luar no Egito.
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Nas suas cordas, pássaros canoros
Gorjeam terno cântico bonito…
Não há no mundo trevas nem meteoros,
Tudo parece angélico e bendito…
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Natal. A natureza reverdece
Entre lírios e rosas e esplendores,
Tem o mundo a doçura de uma prece…
E os violões do Natal, cordas de luz,
Parecem dedilhados, entre flores,
pelos dedos divinos de Jesus…
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João Pessoa — Paraíba
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Em: Sabino de Campos, Natureza: versos, Rio de Janeiro, Pongetti: 1960
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Sabino de Campos, Retrato a bico de pena, por Seth, 1947.
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Sabino de Campos (Amargosa, BA, 1893– ? ), poeta, romancista e contista.
Obras:
Jardim do silêncio, 1919, (poesia)
Sinfonia bárbara, 1932, (poesia)
Catimbó: um romance nordestino, 1945 (romance e novela)
Os amigos de Jesus, 1955 (romance e novela)
Lucas, o demônio negro, 1956 – romance biográfico de Lucas da Feira (romance e novela)
Natureza: versos, 1960 (poesia)
Cantigas que o vento leva, 1964, (poesia)
Contos da terra verde, 1966 (contos)
Fui à fonte beber água, 1968 (poesia)
A voz dos tempos, memórias, 1971
Cantanto pelos caminhos, 1975
Autor, junto de Manoel Tranqüilo Bastos, do hino da cidade de Cachoeira, BA