O medo, poesia de Henrique Simas

3 09 2010

O grito, 1893

Edward Münch ( Noruega, 1863 – 1944 )

óleo, têmpera e pastel sobre papelão

91 x 74cm

Galeria Nacional, Oslo, Noruega

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O medo

Henrique Simas

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É o gigante da alma que me segue

Marcando-me por dentro, todo e sempre

(Como os sonhos, os donos de mim mesmo).

Não consigo afastá-lo do caminho;

Pergunto-me, duvido, adio, fujo

Conhecendo-me nunca intimamente.

São dezenas de sonhos, são projetos

De rasgos voluntários sem começo,

São estrelas perdidas no escuro

De uma infância culpada do presente,

Cordilheira dos Andes do futuro.

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Em: Horizonte vertical, Rio de Janeiro, Olimpica: 1967, p.25

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Henrique Simas ( Belém, PA, 1922) poeta, diplomado em direito, professor e advogado.

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Obras:

Instabilidade do canto, poesia, 1963

Horizonte Vertical, poesia, 1967

1949 não terminou, prosa, 1977

Cresce menino cresce, prosa, 1989

Encantamentos, 1994

Branca de Neve, prosa, 1999


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2 responses

5 09 2010
Avatar de Jaquee Ribeiro Jaquee Ribeiro

“É o gigante da alma que me segue
Marcando-me por dentro, todo e sempre” Lindo!
Edward Münch é um pintor expressionista, não? Cores fortes, hm.

5 09 2010
Avatar de peregrinacultural peregrinacultural

Sim. Munch é expressionista. E … SIM, o poema é lindo. E quem já sentiu medo, realmente um medo paralizante, entende… o gigante que marca a alma e a cordilheira dos Andes! Obrigada pela visita, Jacquee, um bom resto de feriadão! Ladyce

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