Descoberta especial: um super-predador em solo brasileiro

14 05 2010

Foto: Ulbra

A Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) apresentou na segunda-feira próxima passada, um fóssil quase completo de um superpredador, o tecodonte Prestosuchus chiniquensis , no município de Dona Francisca, no Rio Grande do Sul. Segundo a universidade, o animal viveu no período Triássico (há aproximadamente 238 milhões de anos) e é um ancestral dos dinossauros.   O fóssil foi achado há cerca de 30 dias após chuvas que expuseram parte do material.  Segundo universidade, os tecodontes eram um grupo de répteis ancestral aos dinossauros e também às aves.

O animal, segundo os pesquisadores, deveria ter aproximadamente 7 m de comprimento e pesar cerca de 900 kg. “Este é o maior esqueleto e em melhor estado de conservação já encontrado. (…) Esse achado tem enorme importância, com repercussão internacional, porque o conjunto completo pode nos dar informações amplas sobre este animal. Há diversos achados espalhados que se julga serem partes de prestosuchus. Agora, com todos os ossos, podemos certificar que realmente são desse tecodonte“, disse o paleontólogo Sérgio Cabreira.

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De fato a descoberta desse fóssil quase completo atraiu a atenção internacional.   Segundo o paleontólogo Sérgio Cabreira, responsável pelo achado, a imprensa internacional não está acostumada com trabalhos na América do Sul. Países como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, defendem a sua própria cultura científica. “Aí, nesse conjunto, nós, brasileiros aqui do Sul, descobrimos algo completo com estruturas que não haviam sido encontradas antes. Isso mexe com o contexto“, afirma. De acordo em ele, o Brasil está em ascensão no cenário internacional e já é visto com respeito. “Não precisamos mais de suporte externo, temos estrutura.”

O pesquisador ressalta também que essa região do município de Dona Francisca é um dos sítios de fósseis mais importantes do mundo. “A área explorada ainda é pequena. Quando o processo de pesquisa for formatado realmente, nós vamos encontrar dezenas de fósseis“.

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A descoberta reflete um trabalho de seis anos de projeto, conta Sérgio Cabreira. “Temos feito vários achados de material na área. Há três anos, encontramos neste mesmo local, duas vértebras muito grandes desse Arcossauro. Nessa oportunidade, eu já tinha uma ideia do belo material que estava para encontrar. A erosão expôs uma margem do material e o limpamos. Entendemos que se travava de algo importante“, afirmou.    Ele também  acredita que esse animal tenha sido soterrado por  uma enchente poucos dias após a sua morte. “Encontramos um fóssil com crânio, coluna cervical, cauda, em excelente estado de preservação. O fóssil fala por ele mesmo.” Depois da divulgação das imagens, paleontólogos de diversas regiões visitaram o local.   O Prestosuchus chiniquensis representa o grupo dos primeiros arcossauros que atingiram um grande tamanho. “Não conseguiremos entender esse frisson da imprensa internacional se não olharmos para o cenário científico“, explicou referindo-se a todas as implicações históricas, científicas e sociais do trabalho.

Existem leis que regem o patrimônio científico brasileiro. A divulgação das descobertas é essencial para criar uma guarda em torno desse patrimônio, segundo o paleontólogo. “Devemos expor esse material para disseminar a conquista de todos os brasileiros. Além disso, o fato permite com que a sociedade e os políticos tomem providências para o aproveitamento e cercamento de áreas.”

O fóssil do tecodonte Prestosuchus chiniquensis continuará sendo estudado em território nacional. Ele agora entra em um circuito de tratamento, com clima e acondicionamento adequados. Réplicas serão feitas antes que os cientistas possam manusear os fósseis encontrados.  Geralmente essas cópias é que são apreciadas em museus, enquanto a original é utilizada em pesquisas.

Fonte:  Portal Terra


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