Ilustração Maurício de Sousa.
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Bolinhas de gude
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Maria Eugênia Celso
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Brancas, verdes, rajadinhas,
Amarelas,
As bolinhas
Vão rolando,
Vão dançando
Seja liso ou seja rude
O chão onde vão rolando
Lá vão elas, lá vão elas…
As bolinhas de gude.
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Brincam os meninos com elas,
Estão jogando
No jardim ou nas calçadas,
As bolinhas vão correndo
Azuis pardas, amarelas,
Rajadinhas,
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E tão vivas, tão ligeira, tão alegres e estouvadas
Que até fica parecendo
Que são elas
As bolinhas
Que com eles estão brincando.
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Em: Poesia Brasileira para a Infância, Cassiano Nunes e Mário da Silva Brito, São Paulo, Saraiva: 1968.
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Maria Eugênia Celso
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Maria Eugênia Celso Carneiro de Mendonça (São João Del Rey, Minas Gerais, 1886 – 1963), usou também o pseudônimo Baby-flirt. Jornalista, escritora, poeta, teatróloga e sufragista. Funcionária de carreira do Ministério da Educação e Cultura. Veio de Minas Gerais para Petrópolis, ainda criança, onde cursou o Colégio Sion. Em 1920 começou sua carreira jornalística no Jornal do Brasil. Participou ativamente do “Movimento Feminista”, em favor da emancipação política e social da mulher, dedicou-se ao assistencialismo junto às “Damas da Cruz Verde”, aparecendo como uma das lideranças que criaram a maternidade “Pro-Matre” do Rio de Janeiro. Batalhou pelo direito das mulheres ao voto. Faleceu em 1963.
Obra:
Em Pleno Sonho, poesia, 1920
Vicentinho, 1925
Fantasias e Matutadas, poesia, 1925
Desdobramento, poesia, 1926
Alma Vária, poesia
Jeunesse, poesia
O Solar Perdido, poesia, 1945
Poemas Completos, 1955
Diário de Ana Lúcia, prosa,
De Relance, crônicas
Ruflos de Asas, teatro
Síntese Biográfica da Princesa Isabel, biografia