Libélulas, s/d
Kashimira Jahveri (Índia)
Gravura em metal
Libélula
Alberto de Oliveira
À flor da água do tanque ou da corrente
Voa a fugaz libélula erradia
De asas de vidro e prata, à flor somente,
Que, como vivo espelho, arde e irradia;
Somente à flor… Que importa, refulgente,
Ao fundo algum tesouro lhe sorria,
Ouro haja, ou lama? Passa indiferente,
Folga, doudeja, toda se extasia
À flor… que isso lhe basta ao leve e brando
Vôo: trêmula e clara refletida
Na água acenando-lhe a ilusão celeste.
Como que sabe, à flor somente voando
Que aprofundar as cousas, como a vida,
É tirar-lhes o encanto que as reveste.
Em: Poesias completas de Alberto de Oliveira, org. Marco Aurélio Melo Reis, 3 vols, Rio de Janeiro, Núcleo Editorial da UERJ, 1979, 3° volume.
Alberto de Oliveira (Antônio Mariano A. de O.), farmacêutico, professor e poeta, nasceu em Palmital de Saquarema, RJ, em 28 de abril de 1857, e faleceu em Niterói, RJ, em 19 de janeiro de 1937. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupou a Cadeira nº 8, cujo patrono, escolhido pelo ocupante, é Cláudio Manuel da Costa.
Obras poéticas:
Canções românticas (1878)
Meridionais, com introdução de Machado de Assis (1884)
Sonetos e poemas (1885)
Versos e rimas (1895)
Poesias completas, 1ª. série (1900)
Poesias, 2ª. série (1906)
Poesias, 2 vols. (1912)
Poesias, 3ª. série (1913)
Poesias, 4ª. série (1928)
Poesias escolhidas (1933)
Póstumas (1944)
Poesia, org. Geir Campos (1959)
Poesias completas de Alberto de Oliveira, org. Marco Aurélio Melo Reis, 3 vols.
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