MANGUEIRAS DE BELÉM
Sílvia Helena Tocantins
Gentil mangueira que me dá abrigo
no aconchego morno do teu braço,
na tua ramagem encontro o ninho amigo
que há de embalar sempre o meu cansaço.
És tu mangueira de real grandeza,
só espalhando o Bem em tua missão,
além de embelezares a natureza,
és teto, és fruto, és sombra, és proteção.
E nunca negas à mão que te apedreja.
terno repouso contra a chuva e o mormaço,
em troca dá-lhes fruto, seja a quem seja
e ainda embalas, maternal num abraço.
Bendita seja a mão que te plantou
o sol que fecundou a terra, o orvalho,
onde tua semente fértil germinou,
para me dares sombra doce e agasalho.
E no teu colo verde de folhagem,
quero sonhar meus ideais acalentados,
esconder meus segredos em tua ramagem
como se eu fosse altivo pássaro encantado.
Em: A lira na minha terra: poetas antigos e contemporâneos no Pará, Ed. Clóvis Meira, Belém, PA, 1993.
Sílvia Helena Tocantins Mello Elder, (PA 1933) escritora e poeta.
Obras:~
As Ruínas de Suruanã (folclore)
Respingos da Maresia, 1982 (poesias)






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