Romance Dos Dois Pedros, poema de Murillo Araújo para a Semana da Pátria

5 09 2008

D. Pedro I, o Defensor Perpétuo do Brasil, 1830, por Simplicio Rodrigues de Sá, Museu Imperial de Petrópolis

D. Pedro I, o Defensor Perpétuo do Brasil, 1830, por Simplício Rodrigues de Sá, Museu Imperial de Petrópolis

 

ROMANCE DOS DOIS PEDROS

 

Murillo Araújo

 

 

 

Dois Pedros singulares

teve a Pátria na sua construção.

Dois Pedros – duas pedras angulares

serviram de pilares

à Nação.

 

 

Intensamente

dois príncipes de sangue

amaram nossa Pátria adolescente.

 

 

Um deles – oh o rei moço e enamorado! –

um deles no delírio arrebatado

de uma paixão primeira!

O segundo – nesse êxtase sagrado

que  costuma durar a vida inteira.

 

 

E um com brilho da espada, outro com a pena

— ah! cada qual honrou

a terra linda, esplêndida e morena

que desposou.

 

 

Um Pedro, desafiando a força e a guerra

quis ser o seu Perpétuo Defensor.

Outro Pedro votou à nossa terra

um mundo de solícito fervor.

 

 

Pedro I lhe alcançou, lutando,

a túnica marcial da liberdade.

E a Nação, mal desperta, lhe sorriu.

 

Pedro II

deu-lhe um manto de glória venerando –

a nobre integridade

que, ante os olhos do mundo,

a revestiu.

 

 

Um foi, nas armas, bravo e extraordinário;

outro foi magnânimo e foi justo.

 

 

Um foi dominador e temerário;

outro foi sábio, generoso, augusto.

 

 

E de tal sorte.

amando a terra moça e bela,

um viveu prestes a morrer por ela,

outro – viveu por ela até a morte.

 

 

Encontrado em:

 

O candelabro eterno: aos moços – este álbum dos avós que criaram o Brasil, publicado pela primeira vez em 1955, parte da  Poemas Completos de Murillo Araújo, 3 volumes, Rio de Janeiro, Irmãos Pongetti:1960

 

 

D. Pedro II, o Magnânimo, 1864, por Vitor Meireles (Brasil, 1832-1903), OST, Museu de Arte de São Paulo

D. Pedro II, o Magnânimo, 1864, por Vítor Meireles (Brasil, 1832-1903), OST, Museu de Arte de São Paulo


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