O cavalo e o nabo, uma fábula

2 09 2025
Ilustração Phyllis Stapler

 

 

Luis XI, conhecido como “O Prudente“,  era o rei da França na época em que um camponês chamado Basile, tendo encontrado um nabo na forma de um pássaro, resolveu levá-lo à corte para presentear o rei com essa raiz tão fora do comum.  Corria à boca pequena que o monarca gostava de presentear os camponeses, trabalhadores do campo e servos quando esses lhe traziam presentes interessantes.  Vendo o nabo com forma de pássaro, o rei mandou cem centavos em moedas de prata ao feliz camponês. 

Um cavalheiro do mesmo reino, muito rico e avarento, soube da generosidade do rei e pensou: “Posso muito bem oferecer ao rei o mais belo cavalo de minha cavalaria. Já que ele deu cem centavos em moedas de prata por um nabo, uma raiz bem comum, que fortuna ele me dará em agradecimento a esse belo presente!”

Assim que pode se ausentar dos seus domínios, Eudes escolheu o cavalo de melhor porte e beleza, partindo em direção ao castelo do rei.  Lá chegando, pediu encarecidamente na corte que Luis XI aceitasse o belo presente.

Mas o rei era astuto, logo percebeu as intenções do cobiçoso cavalheiro, aceitou o presente dizendo: “Aceito seu cavalo, e como gostaria de recompensá-lo por vossa generosidade, e retribuo, sua generosidade dando-lhe algo que me custou o dobro do valor de seu ginete.” Nesse momento, um dos cavaleiros da corte, ao comando de Luis XI, traz para o cavalheiro Eudes, o nabo em forma de pássaro. Constrangido, o avarento retorna à sua senhoria com o presente de que havia ouvido falar anteriormente e sem o seu cavalo, 

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Essa historinha é livremente adaptada da fábula francesa A raiz [La rave] de Claude Augé, em domínio público. Tradução e adaptação de Ladyce West