Cajus, por Gandavo, 1576

1 10 2021

Cajus e pitanga

Jorge Mori (Brasil, 1932-2018)

óleo sobre placa, 16 x 22 cm

 

“Há outra fruta que nasce pelo mato em umas árvores tamanhas como pereiras, ou macieiras; a qual é da feição de peros repinaldos, e muito amarela. A esta fruta chamam cajus; tem muito sumo, e come-se pela calma para refrescar, porque é ela de sua natureza muito fresca, e de maravilha faz mal, ainda que se desmandem dela.  Na ponta de cada pomo destes, se cria um caroço tamanho como feição de fava; o qual nasce primeiro, e vem diante da mesma fruta como flor. A casca dele é muito amargosa em extremo, e o miolo assado é muito quente de sua propriedade, e mais gostoso que a amêndoa.”

 

Em: História da província de Santa Cruz, Gandavo [Pero Magalhães de Gandavo], organização de Ricardo M. Valle, São Paulo, Editora Hedra: 2008, p 91.





Bananeiras, por Gandavo, 1576

28 05 2020

 

 

PAULO GAGARIN (1885-1980). Bananeiras ao Fundo Serra dos Órgão - RJ, óleo s tela, 41 X 34.Bananeiras, ao Fundo Serra dos Órgão – RJ

Paulo Gagarin (Rússia-Brasil, 1885-1980)

óleo s tela, 41 X 34 cm

 

“Uma planta se dá também nesta província, que foi da ilha de São Tomé, com a fruta da qual se ajudam muitas pessoas a sustentar na terra. Esta planta é muito tenra e não muito alta, não tem ramos senão umas folhas que serão sei ou sete palmos de comprido. A fruta dela se chama bananas; parecem-se na feição com pepinos, e criam-se em cachos; alguns deles há tão grandes que tem de 150 bananas para cima. E muitas vezes é tamanho o peso delas que acontece quebrar a planta pelo meio. Como são de vez colhem-se estes cachos, e dali a alguns dias amadurecem. Depois de colhidos, cortam esta planta, porque não frutifica mais que a primeira vez, mas tornam logo a nascer dela uns filhos que brotam do mesmo pé, de que se fazem outros semelhantes. Esta fruta é mui saborosa, e das boas que há na terra; tem uma pele como de figo (ainda mais dura) a qual lhe lançam fora quando a querem comer; mas faz dano à saúde e causa febre a quem se demanda nela.”

 

Em: História da província de Santa Cruz, Gandavo [Pero Magalhães de Gandavo], organização de Ricardo M. Valle, São Paulo, Editora Hedra: 2008, pp 89-90.