Resenha: “O pecado de Porto Negro” de Norberto Morais

15 06 2017

 

 

Carlos Prado (1908 - 1992),Paisagem com Igreja,Óleo sobre madeira,48 x 69 cmPaisagem com igreja

Carlos Prado (Brasil, 1908-1992)

óleo sobre madeira, 48 x 69 cm

 

 

Uma grande e boa surpresa me esperava em maio deste ano: O pecado de Porto Negro do escritor português Norberto Morais.  Não me lembro de quem o recomendou.  Mas agradeço a sugestão.  Encontrei um livro de excelente qualidade literária, com enredo sedutor, personagens intrigantes e uma trajetória impensada. Tudo isso num mundo arquétipo do colonialismo lusitano que entendemos pela familiaridade cultural.  Sua localização tão real que fui procurar a ilha no Pacífico, chamada São Cristóvão. Onde poderia haver tal lugar? Fui aos mapas, mesmo sabendo que as conquistas portuguesas nunca chegaram a terras banhadas por este oceano.  Maravilhada até o fim fico surpresa que, finalista do prêmio Leya em 2013, este livro não tenha sido o premiado.

Além de Porto Negro ser uma cidade estabelecida e enraizada no imaginário luso-colonial, sua descrição parece tão familiar que entendemos as razões de seus personagens, por mais estranhas que possam ser, sem que questionemos da validade de suas posições. Além disso, há a fascinante questão da época.  Quando exatamente esta história se passa?  Acredito que tenha sido nas primeiras duas décadas do século XX. Mas o resultado, como em toda boa obra é irrelevante. A obra é atemporal.  Trata das histórias de seres humanos como todos nós com paixões e idiossincrasias. É universal.

 

 

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Norberto Morais conta a história de algumas paixões entre habitantes de uma ilha esquecida pela modernidade. Há o homem sedutor, a mocinha seduzida, o bordel, o pai, a mãe calada e morta; há o açougue, a rede, o calor, a hora da sesta.  O mal-de-amor. A praia.  O porto.  Outras paixões, a inveja, a Igreja, a intransigência, a vingança. E há sobretudo o Silêncio. Falar de silêncio numa obra com um vocabulário, um léxico formidável não é contradição, porque Norberto Morais domina desde o primeiro instante esta história com poucos personagens e uma trama bem tecida, fechada e densa, que surpreende a cada momento.

 

20150328052747_NORBERTO_MORAISNorberto Morais

 

Para muitos, sua prosa lembra a de Garcia Marquez pelo onírico ou a de Eça de Queiroz pela limpidez do texto. Encontrei ecos de Eça e de Jorge Amado, de Gabriela e Capitães de Areia.  Qualquer que seja a referência, fato é que Norberto Morais, que nasceu na Alemanha, mas é escritor português, se encontra bem enraizado na tradição literária da língua e da cultura portuguesas.  Não há como negar. Belíssimo livro.  Não é sua primeira obra, vou agora à cata de seu primeiro título.  Esse é um autor para não perder de vista.

 

 

NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem qualquer incentivo para a promoção de livros.





Nossas cidades — São José

4 05 2015

 

 

CIPRIANO, 19-11-2012-10-21-41-capa-foto-nova-2.-vista-panoramica-centro-histor.-sao-jose, SC, ostVista panorâmica do Centro Histórico de São José, SC, 2012

Cipriano (Brasil, 1936)

[José Cipriano da Silva]

óleo sobre tela

www.ciprianoartistaplastico.com





Nossas cidades — Belo Horizonte

12 05 2014

– 

Inimá de Paula, (1918-1999) Casario em Salgado Filho, MG, ostcm, 1986, 54x65Casario em Salgado Filho, MG, 1986

Inimá de Paula (Brasil, 1918-1999)

óleo sobre tela colado em madeira, 54 x 65 cm





Nossas cidades — Olinda

3 03 2014

Georges Wambach, Igreja de Nossa Sra. Do Bom Parto, Olinda, 1957,47 x 42Igreja de Nossa Senhora do Bom Parto, Olinda, 1957

George Wambach (Bélgica 1901- Brasil, 1965)

óleo sobre tela, 47 x 42cm





Nossas cidades — Mariana

6 01 2014

GEORGES WAMBACH - (Bélgica1901 -Brasil 1965)Ouro Preto - óleo sobre tela - 54 x 74 cm -Mariana, s/d

Georges Wambach (Bélgica 1901 – Brasil, 1965)

óleo sobre tela, 54 x 74 cm