Desengano, soneto de Carlos de Laet

19 04 2025

Moça de vestido branco, 2007

Johan Patricny, (Suécia, 1976)

óleo sobre tela

Desengano

 

Carlos de Laet

 

“De que inúmeros sois a mente humana

a existência falaz  não me doirava!”

(Bocage)

 

Atirei-me sedento de  verdade

à ciência do exato e do infinito;

escravo fui do imperioso grito

que minha alma soltou na escuridade.

 

Desengano cruel! Fatalidade!

No tremendo areal, solo maldito,

passei a vida de errante e de proscrito

e o perfume perdi da mocidade!

 

Pedi a luz — e dão-me um labirinto

onde exausto se embrenha o entendimento

e reina a sombra que envolver-me sinto.

 

Deus, responde, socorre ao desalento;

se a verdade aqui está, se acaso minto,

tira-me, então, pra vê-la, o sentimento.

(1870)

 

 

Em: Poesias de Pimenta de Laet. 1878

 





Flores para um sábado perfeito!

19 04 2025

Copos de leite, 1984

Carlos Scliar (Brasil, 1920-2001)

Vinil e colagem encerado sobre tela colada em madeira,  56 x 37 cm

 

 

Jarro com flores, 1952

Arcangelo Ianelli (Brasil, 1922-2009)

óleo sobre tela, 72 x 60 cm