Moça de vestido branco, 2007
Johan Patricny, (Suécia, 1976)
óleo sobre tela
Desengano
Carlos de Laet
“De que inúmeros sois a mente humana
a existência falaz não me doirava!”
(Bocage)
Atirei-me sedento de verdade
à ciência do exato e do infinito;
escravo fui do imperioso grito
que minha alma soltou na escuridade.
Desengano cruel! Fatalidade!
No tremendo areal, solo maldito,
passei a vida de errante e de proscrito
e o perfume perdi da mocidade!
Pedi a luz — e dão-me um labirinto
onde exausto se embrenha o entendimento
e reina a sombra que envolver-me sinto.
Deus, responde, socorre ao desalento;
se a verdade aqui está, se acaso minto,
tira-me, então, pra vê-la, o sentimento.
(1870)
Em: Poesias de Pimenta de Laet. 1878







