FELIZ 2025!
31 12 2024Comentários : Leave a Comment »
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Conselhos de quem sabe, para ler mais em 2025
31 12 2024
O conselho vem dos juízes do Booker Prize de 2024, que recebi na newsletter do Booker. Todos são escritores e tiveram um ano dedicado à leitura de outros escritores para votar nos melhores do ano. A tradução é minha, e informal
Edmund de Waal
Aconselho você encontrar alguém que leia com você, um amigo. Falar sobre livros é uma atividade que faz a leitura uma parte mais natural do dia a dia. Aquelas perguntas: até onde você chegou, com o livro tal? Que mais você vai ler, depois deste? É uma estratégia perfeita para ler mais e mais. E, leve um livro onde quer que você vá. Você encontrará momentos escondidos em que você poderá ler.
Sara Collins
Uma coisa que ajuda é manter disciplina na leitura, tratando a leitura como um trabalho a ser feito em horas específicas e dar prioridade à ela. Mas devo dizer, que sei que estou diante de um vencedor em potencial quando encontro um livro que não posso deixar de lado. Houve alguns que acabei colocando apoiados à minha frente enquanto eu lavava pratos ou enquanto estava na Stair-Master, ou que me fizeram perder meus horários diversas vezes. Estou louca para contar para as pessoas quais foram esses livros. Quando um livro tem esse efeito, não é nunca uma guerra arranjar um tempo para ler, é uma luta organizar todas as outras coisas à volta daquela leitura. Qualquer um que goste de ler saberá a que me refiro.
Yiyun Li
Sempre defendi a ideia de leitura vagarosa e sempre. Não acho que vivemos num mundo mais atarefado do que as pessoas do passado, mas vivemos num momento com muitas outras distrações. Sempre digo a meus alunos que no lugar de ir para a internet ou abrir o telefone nos primeiros minutos da manhã, nesse mesmo período, eles podem ler por 15 ou 20 minutos de Guerra e Paz. Se fizerem isso ai fim de 12 semanas eles podem acabar de ler o livro inteiro. Para leitores que queiram aumentar o tempo de leitura em suas vidas, talvez pudessem arranjar um canto de leitura onde telas, de todo tipo (telefones, tablets e computadores) sejam proibidos.
Justine Jordan
Leitura e concentração andam cada vez mais difíceis. Li um listinha a respeito. Dica um, coloque seu telefone em outro aposento, e troque o rolar das telas por um livro enquanto come, usa o transporte público ou quando seu amigo não aparece para um encontro. Nadamos num mar de palavras, hoje, então eu também recomendo voltar-se para os clássicos — uma voz de outro tempo pode ser mais eficiente do que a verborreia contemporânea. Mas principalmente, lembre-se do telefone.
Nitin Sawhney
Acho que aderir a um horário para a leitura é a melhor maneira de planejar a leitura de muitos livros. No meu caso, gosto de ler entre 5 e 9 da manhã, quando tenho a mente clara, antes de começar meu dia verdadeiramente. É importante se aproximar de cada livro, página por página até que você se encontre incapaz de deixá-lo de lado. Um ótimo livro força o leitor a continuar lendo até o fim.
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Nossas cidades: Porto Alegre
31 12 2024Igreja das Dores vista a partir do Gasômetro, 1940
Angelo Guido (Itália-Brasil, 1893-1969)
óleo sobre eucatex, 38 x 48 cm
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Imagem de leitura: Edward Cucuel
29 12 2024Comentários : Leave a Comment »
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Flores para um sábado perfeito!
28 12 2024Flores e pássaros
Noêmia Mourão (Brasil,1912 -1992)
óleo sobre tela, 65 x 54 cm
Vaso com plantas e pássaro, 1961
Emiliano Di Cavalcanti (Brasil, 1897-1976)
óleo sobre tela, 75 x 60 cm
Imagino que seja claro o ponto de ligação entre essas obras: pássaros nas adjacências de flores. No século XVII na Holanda, quando as naturezas mortas vieram para o mundo das artes com força, muitas das naturezas mortas traziam além das flores, pássaros, borboletas, lagartinhas e outros insetos. Naquela época naturezas mortas estavam associadas também a lembranças da brevidade da vida, ao exótico, afinal a Holanda, sede das Companhias das Índias Orientais e Ocidentais estava tomada pelo interesse do exótico. Ocasionalmente esses elementos nas telas dos pintores além das flores poderiam estar ligados também a provérbios. Ou seja, essas telas poderiam trazer além da beleza, lembrança de alguma sabedoria popular.
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Rio de sol, de céu, de mar…
27 12 2024Arcos da Lapa, 1910
Gustavo Dall’Ara (Itália-Brasil, 1865-1923)
óleo sobre madeira, 41 x 44 cm
Dall’Ara foi um excelente pintor que retratou o Rio de Janeiro da virada do século XIX/XX como nenhum outro. Imigrante italiano, chegando ao Brasil em 1890, trouxe com ele algumas características da pintura europeia de final de século: cenas de rua, temática incluída na arte moderna através dos impressionistas . Abordou esse tema com a estética da época sob influência da fotografia, fazendo cortes de pessoas e de paisagens urbanas como se fossem instantâneos da vida cotidiana. Essa estética já bem divulgada entre pós impressionistas como Edgar Degas era novidade por aqui. Mas Dall’Ara para aí na absorção do novo, seduzido pela luz tropical e pela vida quase europeia do Rio de Janeiro de antanho, ele passa documentar como se quisesse catalogar para si mesmo, pontos em comum e diferenças entre o dia a dia dos dois hemisférios. Fascinado pela vida no Rio de Janeiro, sua obra tornou-se um grande documentário do cotidiano das ruas, praças, trânsito e paisagens urbanas. Além de excelente pintor tem um papel importante na documentação da cidade.
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Sincronicidade: lendas arturianas…
26 12 2024Rei Artur e seus cavaleiros celebrando Pentecostes veem Imagem do Santo Graal, c. 1475
Manuscrito encomendado por Jacques d’Armagnac, Duque de Nemours (França,1433-1477)
Folio 610v BNF Fr 116
Biblioteca Nacional da França, Paris
Neste Natal dei para meus sobrinhos, a cada um, uma versão diferente, quadrinhos e história para crianças, de um dos cavaleiros da corte do Rei Artur, recentemente redescoberto pelo historiador e escritor Emanuele Arioli, que lançou o livro Segurant: o cavaleiro do dragão, aqui no Rio de Janeiro [Vestígio: 2024] em meados deste ano, cuja palestra assisti encantada na Livraria da Travessa. Eu havia lido a versão ‘para adultos’ assim que cheguei em casa mas separei em novembro alguns livros para reler nesta semana entre o Natal e o Ano Novo e esse volume foi um dos escolhidos.
Há dezesseis anos escrevo neste blog. Os leitores sabem de minhas preferências, até mesmo da leitura de história medieval como passatempo para o momento em que me canso da ficção. Com frequência digo a meus alunos que apesar de amar minha especialidade, arte europeia moderna [1863-1945] é possível, que se tivesse que fazer tudo de novo, me tornasse medievalista. Mas eles também já me ouviram mencionar outras opções que igualmente me fascinam, como o século XVII na França, com Luís XIV, o século de ouro na Holanda…. e provavelmente não me levam mais a sério! Tudo pode me encantar. A gente ama aquilo que conhece. Ai, ai, são tantas fases, tanto que ler, aprender, absorver até que se torne um conhecimento que respiro e transpiro… difícil escolha! Mas a época medieval também é problemática, mesmo que se divida em Alta e Baixa Idades Médias. Há séculos e séculos de intrincadas briguinhas, arrufos, compromissos de casamento quebrados, mortes, assassinatos, traições entre herdeiros, centenas de cidades-estado cada uma do tamanho de um botão de camisa, com regras de comportamento para diferentes classes sociais, para cidadãos ou não cidadãos, leis que variam em poucos quilômetros de distância, restrições religiosas fora e dentro da própria Igreja, enfim, um mapa do ocidente como uma colcha de fuxicos em que cada retalho representa um domínio com regras próprias. Esse mundaréu sempre me intimidou pela quantidade de informação a ser guardada.
Minha sedução pela Idade Média começou quando cheguei aos Estados Unidos ainda muito jovem. Apesar de ter tido sólida base gramatical da língua inglesa, essa não tinha sido minha língua estrangeira preferencial. Francês, adquirido através de uma sequência de anos na Aliança Francesa, poderia até ser considerada uma quase segunda língua, porque comecei a aprendê-la aos dez-onze anos. E como meus pais eram daquela geração que lia francês fluentemente, não era raro esbarrarmos em livros franceses em casa. Em inglês eu não tinha fluência e precisava aumentar o vocabulário urgentemente se quisesse passar no Toefl para completar meus estudos. Poucos meses depois de chegar a Baltimore, entrei para um grupo de leitura em que a maioria das pessoas era ligada à universidade Johns Hopkins. Foi uma grande batalha ler os livros escolhidos. Mas enfrentei e ainda li mais do que os que eram pedidos. Desse primeiro ano de experiências em um grupo de leitura, algo que eu não conhecia nem havia ouvido falar dessa maneira de encontrar amigos leitores, dessa época de adaptação à força ao país — e depois disso, sempre frequentei grupos de leitura não importava em que estado ou cidade eu morasse –, três livros, desse primeiro ano, me marcaram profundamente: Of Mice and Men, de Steinbeck, The French Lieutenant’s Woman, de John Fowles (que depois me levou a ler The Magus), e The Once and Future King de T.H. White.
A imensa fantasia de The Once and Future King sobre o Rei Artur, Merlin e demais personagens da Távola Redonda me seduziu com grande facilidade. Lembremos que a essa altura eu ainda não era uma historiadora, e havia deixado no Brasil um curso de letras em Literatura Francesa na UFF e dois anos de história da arte com ênfase em semiótica, percepção, filosofia da arte e afins. Reli The Once and Future King ainda uma vez no mesmo ano em que o conheci. Daí por diante li diversas lendas medievais. Mas a lenda do Rei Artur sempre terá para mim esse gostinho especial, de achado miraculoso. E isso foi muito antes de qualquer versão no cinema.
Eis que estou lendo também, o livro Eu vou, Tu vais, Ele vai de Jenny Erpenbeck, que está sendo uma leitura maravilhosa e devo ainda acabá-la antes do final do ano oficial, apesar de tê-la começado no dia de Natal. Uma das coisas que me encanta nesse livro de Erpenbeck são as referências literárias e musicais que encontramos logo no início da obra: alusões a leituras clássicas e a composições musicais. Se eu já era uma leitora curiosa, no tempo em que fazia uma lista para depois procurar na enciclopédia ou quando munida do Petit Larousse, que sempre tive ao meu lado nas leitura, procurava um mínimo de informação sobre lugares, personagens históricos ou literários; depois da internet sou compulsiva em consultar dados às vezes até mesmo para verificar se minha memória não me trai. E diga-se de passagem as leituras no Kindle, onde no momento preciso em que encontramos uma palavra, um fato, menção de um livro, um local, podemos colocar o dedinho em cima da palavra e imediatamente obter naquele mesmo minuto, alguma informação sobre o que não se conhece, é uma das grandes contribuições ao conhecimento de todos nós, à educação, ao alargamento de nossas visões.
Pois dentre as dezenas de alusões literárias em Eu vou, Tu vais, Ele vai esbarrei numa referência a Tristão do romance medieval Tristão e Isolda, lenda, que até o renascer da fantasia como uma fatia das obras de ficção contemporânea, andava um tantinho esquecida. A menção é breve, pelo menos por enquanto; ainda não terminei a leitura, mas aparece assim: “Como Brancaflor, Richard pensa, a mãe de Tristão.” [84] Parei para pensar Brancaflor, não me lembrava que esse era o nome da mãe de Tristão. Mas cheguei a saber o nome da mãe dele? Deveria saber? Fui atrás. A mente da gente é estranha. Associações às vezes são esdrúxulas. A primeira coisa que me veio à mente, quando li o nome dessa senhora, foi: “Brancaflor, bonito nome, todo junto, quando poderia e deveria ser escrito separado. Como o nome daquela mulher aqui do Rio de Janeiro, que mandou matar o marido, que tinha muitos filhos adotivos, mais de dez, e que esteve nas manchetes da televisão aqui no Rio de Janeiro: Flordelis.” Vai entender a cabeça da gente. Enfim o romance de Tristão e Isolda é uma lenda medieval, também do ciclo Arturiano. Isolda uma princesa da Irlanda. Para mim, esse romance e mais dois romances famosos, também fizeram parte do meu dia a dia, de outra forma: foram um conjunto de três gravuras do século XIX que decorava na minha casa, na Carolina do Norte, uma pequena parede na entrada de nossos aposentos, Tristão e Isolda, Romeu e Julieta e Paulo e Virgínia: uma lenda medieval, um romance renascentista e um casal francês do final do século XVIII. Essa trinca foi a leilão antes de nos mudarmos para o Rio de Janeiro. Isso é outra história, curiosa, mas para outro momento.
Tristão e Isolda, 1902
Edmund Blair Leighton (Inglaterra, 1852-1922)
Óleo sobre tela, 128 x 147 cm
Coleção Particular
Houve uma grande volta às lendas medievais nas artes do século XIX, principalmente na Inglaterra, iniciada com o grupo de poetas e pintores Pré-Rafaelitas em meados do século. Eles exploraram bastante o passado folclórico e contos medievais. Mais tarde, no final, do século XIX, já por toda Europa, a pintura histórica abraçou temas românticos com ardor. Mas esse também é um assunto para outras conversas, pontuações soltas, papo jogado fora, no final de um ano que se encerra. Certamente voltarei a alguns desses temas.
O que me levou a pensar em sincronicidade foi perceber e rememorar tantas histórias arturianas à minha volta, em tão pouco tempo. Referências: dos presentes de Natal que dei, às minhas primeiras leituras no Estados Unidos, à menção de Tristão e Isolda no livro de Erpenbeck, às gravuras no recluso hall de entrada, tudo parece me manter nesse passeio literário circular. Não estou conseguindo deixar a Idade Média de lado. O tema está no que leio e relembro. Ah, sim, esqueci de mencionar, um fac-símile da lenda de Tristão e Isolda, de uma publicação inglesa do século XVI, ilustrada por xilogravuras, foi o primeiro presente que meu marido me deu. Ele certamente conhecia meus interesses e soube me conquistar.
Boas leituras!
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Tags: Emanuele Arioli, Jenny Erpenbeck, Tristão e Isolda
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25 de dezembro!
25 12 2024Patinadores no Natal, 1946
Djanira da Motta e Silva (Brasil, 1914 -1979)
colagem e guache sobre papel, situado Nova York, 31 x 23 cm
Paz na terra aos homens de boa vontade!
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Tags: ARTE BRASILEIRA, Artes Plásticas, Artes Visuais, Belas Artes, Colagem, Djanira da Motta e Silva, Guache, Natal, Nova York
Categorias : Artes Plásticas, Cultura brasileira
Natal!
24 12 2024Comentários : Leave a Comment »
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