Natureza morta
Colette Pujol (Brasil, 1913-1999)
óleo sobre tela, 50 x 70 cm
Moranga
Virgílio Della Monica (Brasil, 1889-1957)
óleo sobre papel, 27 X 36 cm
Natureza morta
Colette Pujol (Brasil, 1913-1999)
óleo sobre tela, 50 x 70 cm
Moranga
Virgílio Della Monica (Brasil, 1889-1957)
óleo sobre papel, 27 X 36 cm
A florista
Clodoaldo Martins (Brasil, 1985)
óleo sobre tela, 64 x 76 cm
Casimiro de Abreu
Moreninha, Moreninha,
Tu és do campo a rainha,
Tu és senhora de mim;
Tu matas todos d’amores,
Faceira, vendendo as flores
Que colhes no teu jardim.
Quando tu passas n’aldeia
Diz o povo à boca cheia:
– “Mulher mais linda não há
“Ai! vejam como é bonita
“Co’as tranças presas na fita,
“Co’as flores no samburá! –
Tu és meiga, és inocente
Como a rola que contente
Voa e folga no rosal;
Envolta nas simples galas,
Na voz, no riso, nas falas,
Morena – não tens rival!
Tu, ontem, vinhas do monte
E paraste ao pé da fonte
À fresca sombra do til;
Regando as flores, sozinha,
Nem tu sabes, Moreninha,
O quanto achei-te gentil!
Depois segui-te calado
Como o pássaro esfaimado
Vai seguindo a juriti;
Mas tão pura ias brincando,
Pelas pedrinhas saltando,
Que eu tive pena de ti!
E disse então: – Moreninha,
Se um dia tu fores minha,
Que amor, que amor não terás!
Eu dou-te noites de rosas
Cantando canções formosas
Ao som dos meus ternos ais.
Morena, minha sereia,
Tu és a rosa da aldeia,
Mulher mais linda não há;
Ninguém t’iguala ou t’imita
Co’as tranças presas na fita,
Co’as flores no samburá!
Tu és a deusa da praça,
E todo o homem que passa
Apenas viu-te… parou!
Segue depois seu caminho
Mas vai calado e sozinho
Porque sua alma ficou!
Tu és bela, Moreninha,
Sentada em tua banquinha
Cercada de todos nós;
Rufando alegre o pandeiro,
Como a ave no espinheiro
Tu soltas também a voz:
– “Oh quem me compra estas flores?
“São lindas como os amores,
“Tão belas não há assim;
“Foram banhadas de orvalho,
“São flores do meu serralho,
“Colhi-as no meu jardim.” –
Morena, minha Morena,
És bela, mas não tens pena
De quem morre de paixão!
– Tu vendes flores singelas
E guardas as flores belas,
As rosas do coração?!…
Moreninha, Moreninha,
Tu és das belas rainha,
Mas nos amores és má
– Como tu ficas bonita
Co’as tranças presas na fita,
Co’as flores no samburá!
Eu disse então: – “Meus amores,
“Deixa mirar tuas flores,
“Deixa perfumes sentir!”
Mas naquele doce enleio,
Em vez das flores, no seio,
No seio te fui bulir!
Como nuvem desmaiada
Se tinge de madrugada
Ao doce albor da manhã
Assim ficaste, querida,
A face em pejo acendida,
Vermelha como a romã!
Tu fugiste, feiticeira,
E decerto mais ligeira
Qualquer gazela não é;
Tu ias de saia curta…
Saltando a moita de murta
Mostraste, mostraste o pé!
Ai! Morena, ai! meus amores,
Eu quero comprar-te as flores,
Mas dá-me um beijo também;
Que importam rosas do prado
Sem o sorriso engraçado
Que a tua boquinha tem?…
Apenas vi-te, sereia,
Chamei-te – rosa da aldeia –
Como mais linda não há.
– Jesus! Como eras bonita
Co’as tranças presas na fita,
Co’as flores no samburá!
Indaiassú – 1857
Paisagem, 2002
Newton Mesquita (Brasil, 1949)
acrílica sobre tela, 100 x 180 cm
Paisagem da tarde, 1974
Jenner Augusto (Brasil,1924 – 2003)
óleo sobre tela, 37 x 61 cm
Paisagem,1979
Claudio Tozzi (Brasil, 1944)
acrílica sobre tela colada em placa, 80 x 120 cm
Olavo Nunes (1871-1942)
Quando ela passa, risonha e pura,
De arzinho honesto, cheia de graça…
Todos murmuram: Que formosura!…
Quando ela passa…
Flores rebentam pelo caminho
Sob os pezinhos que a bota enlaça;
Beijos se escutam de ninho a ninho,
Quando ela passa…
Seguem-na olhares cheios de gula
Como os da fera fitando a caça,
Olhares meigos que amor açula,
Quando ela passa…
Boca vermelha que o riso enflora
Cintura fina que um dedo abraça,
Parece ver-se Nossa Senhora,
Quando ela passa…
À luz dos olhos dessa menina
Deserta o pranto, foge a desgraça;
Com grande afeto tudo se inclina,
Quando ela passa…
Sombrero alegre, cheio de fita,
Vestido leve de fina cassa,
Gosto de vê-la assim tão bonita,
Quando ela passa…
Trinulam aves pelas umbrosas
Ramas que o vento no alto entrelaça,
E abelhas d’oiro desfolham rosas,
Quando ela passa…
Quando ela passa, risonha e pura,
De arzinho honesto, cheia de graça…
Todos murmuram: Que formosura!…
Quando ela passa…
Em: Coelho Netto e a Mina Literária, Imprensa de Alfredo Silva, Pará: 1899, pp 34-36
Vaso de flores, maçãs, decanter e salva sobre a mesa, 1945
Armando Vianna (Brasil, 1897-1992)
óleo sobre tela, 45 X 60 cm
Vaso com flores e incensório, em frente a janela
Georgina de Albuquerque (Brasil, 1885-1962)
óleo sobre tela colado em madeira, 37 x 45 cm.
Idoso lendo, 2005
Berry Toni (EUA, contemporâneo)
óleo sobre tela, 51 x 41 cm
Michel Butor (1926-2016)