Jovem lendo
Ann Brockman (EUA, 1899-1943)
óleo sobre tela
“A escritora costumava vir em maio,num carro carregado até o teto de livros e comida exótica. […] Se eu a conhecesse um pouco menos, certamente leria seus livros. Mas por conhecê-la, tinha medo de os ler. Era possível que eu me achasse neles, de uma forma que não conseguiria entender? Ou os lugares que amo seriam completamente diferentes do que são para mim? De alguma forma as pessoas como ela, que dominam a escrita, costumam ser perigosas. Logo levantam suspeitas de falsidade — que não são elas mesmas, mas um olho que está sempre observando, e transformando em frases tudo o que observa; assim retira da realidade a sua qualidade mais importante — sua inexpressividade.”
Em: Sobre os ossos dos mortos, Olga Tokarczuk, tradução de Olga Baginska-Shinzato, São Paulo, Todavia: 2020, p.54






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