Leituras de 2022: “A última livraria de Londres”, Madeline Martin, resenha

16 08 2022

Retrato de Simone Gentile segurando um livro, 1966

Serge Ivanoff (Rússia, 1893-1983)

óleo sobre tela, 64 x 54 cm

Quando comecei a ler A última livraria de Londres de Madeline Martin, com tradução de Simone Reisner, pensei que não fosse terminar.  Uma jovem que não tem o hábito de ler acha-se no início da Segunda Guerra Mundial com emprego numa livraria e sem entusiasmo para o trabalho.  Logo depois, um belo jovem, leitor e frequentador assíduo do local, que preenche todos os requisitos de atração, aparece na trama estabelecendo o vínculo romântico entre os dois.  Estávamos a caminho da velha trama:  moça encontra rapaz, eles se gostam, há empecilhos que parecem insuperáveis, até que moça e rapaz se redescobrem.  Raramente me dedico a histórias água com açúcar, cujos finais felizes já estão previstos desde as primeiras páginas.  Li muito nesta linha na adolescência e como jovem adulta.  Mas hoje prefiro livros com finais não formulaicos, surpresas de estilo e trama que me façam pensar e até encantar. 

Há, no entanto, um truque que pode  salvar ficção histórica como esta, solucionando uma parte da frustração com a leitura: há a procura pelos fatos, pelo que é mencionado. Foi com este ângulo que li até o fim e aprendi muito no meio do caminho. E por causa deste hábito, usei a narrativa para descobrir detalhes sobre Londres na Segunda Guerra que desconhecia, fatos aprendidos fora da ficção que busquei na internet para sedimentar a leitura.

Houve bombardeiros do exército alemão, diários, a Londres por oito meses consecutivos, de 1940 a 1941. As pessoas que se abrigavam nas estações do metrô enchiam as mesmas  além da plataforma,  dormiam sobre os trilhos. Abrigavam-se  de paletó e gravata, chapéu;  as mulheres de meias finas vestidos e chapéus às vezes.  Muitas crianças igualmente vestidas.  Mulheres logo começaram a participar da Patrulha do Ataque Antiaéreo.  Todo mundo contribuiu  para que a cidade não sucumbisse.  O governo sugeriu que os canteiros com flores fossem desmantelados nas residências particulares e que as pessoas plantassem seus próprios legumes para evitar a falta de alimentos. Todos os que trabalhavam de alguma maneira na guerra eram uniformizados para que fossem imediatamente reconhecidos pelo trabalho que faziam. E assim por diante.  Fui aos poucos adicionando informações,observando fotografias da época para conseguir mais resultados positivos. Sublinhei duas passagens: uma sobre livros que achei um pouco óbvia, mas que aqui vai como exemplo do modo narrativo.

“Foram os livros que nos uniram. O amor pelas histórias que eles contam, pelas aventuras para as quais nos levam, por sua gloriosa distração em tempos turbulentos. E um lembrete de que sempre teremos esperança.” estou sem a página porque  fiz leitura no kindle.  Posição 4715.

Madeline Martin Madeline Martin

É um livro de fácil leitura, contando a vida de uma moça do interior que sonha em ir para a capital do país tornar-se independente, e o faz. Supera obstáculos e tudo se resolve. É um livro para cima, de alto astral com doses de emoção e fatos históricos. Mostra a resiliência dos britânicos, a importância do amor ao próximo e o bem de se apreciar a leitura. Recomendo para aqueles que gostem dos temas fofos, com pano de fundo histórico e protagonistas com pureza de alma e solidariedade.

NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem incentivos para a promoção de livros.

Abaixo algumas fotos de Londres na Segunda Guerra Mundial.



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16 08 2022
Avatar de Desconhecido “A última livraria de Londres”, Madeline Martin, resenha — Peregrinacultural’s Weblog | THE DARK SIDE OF THE MOON...

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16 08 2022
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16 08 2022
Avatar de Maria de Lourdes Meira Barros Pádua Maria de Lourdes Meira Barros Pádua

Gostei muito da leitura. Impressionada com as ilustrações!

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