Paisagem de São Pedro da Aldeia, 1978
Orlando Brito (Brasil, 1920-1981)
óleo sobre tela, 33 x 41 cm
Paisagem de São Pedro da Aldeia, 1978
Orlando Brito (Brasil, 1920-1981)
óleo sobre tela, 33 x 41 cm
Retrato de Simone Gentile segurando um livro, 1966
Serge Ivanoff (Rússia, 1893-1983)
óleo sobre tela, 64 x 54 cm
Quando comecei a ler A última livraria de Londres de Madeline Martin, com tradução de Simone Reisner, pensei que não fosse terminar. Uma jovem que não tem o hábito de ler acha-se no início da Segunda Guerra Mundial com emprego numa livraria e sem entusiasmo para o trabalho. Logo depois, um belo jovem, leitor e frequentador assíduo do local, que preenche todos os requisitos de atração, aparece na trama estabelecendo o vínculo romântico entre os dois. Estávamos a caminho da velha trama: moça encontra rapaz, eles se gostam, há empecilhos que parecem insuperáveis, até que moça e rapaz se redescobrem. Raramente me dedico a histórias água com açúcar, cujos finais felizes já estão previstos desde as primeiras páginas. Li muito nesta linha na adolescência e como jovem adulta. Mas hoje prefiro livros com finais não formulaicos, surpresas de estilo e trama que me façam pensar e até encantar.
Há, no entanto, um truque que pode salvar ficção histórica como esta, solucionando uma parte da frustração com a leitura: há a procura pelos fatos, pelo que é mencionado. Foi com este ângulo que li até o fim e aprendi muito no meio do caminho. E por causa deste hábito, usei a narrativa para descobrir detalhes sobre Londres na Segunda Guerra que desconhecia, fatos aprendidos fora da ficção que busquei na internet para sedimentar a leitura.
Houve bombardeiros do exército alemão, diários, a Londres por oito meses consecutivos, de 1940 a 1941. As pessoas que se abrigavam nas estações do metrô enchiam as mesmas além da plataforma, dormiam sobre os trilhos. Abrigavam-se de paletó e gravata, chapéu; as mulheres de meias finas vestidos e chapéus às vezes. Muitas crianças igualmente vestidas. Mulheres logo começaram a participar da Patrulha do Ataque Antiaéreo. Todo mundo contribuiu para que a cidade não sucumbisse. O governo sugeriu que os canteiros com flores fossem desmantelados nas residências particulares e que as pessoas plantassem seus próprios legumes para evitar a falta de alimentos. Todos os que trabalhavam de alguma maneira na guerra eram uniformizados para que fossem imediatamente reconhecidos pelo trabalho que faziam. E assim por diante. Fui aos poucos adicionando informações,observando fotografias da época para conseguir mais resultados positivos. Sublinhei duas passagens: uma sobre livros que achei um pouco óbvia, mas que aqui vai como exemplo do modo narrativo.
“Foram os livros que nos uniram. O amor pelas histórias que eles contam, pelas aventuras para as quais nos levam, por sua gloriosa distração em tempos turbulentos. E um lembrete de que sempre teremos esperança.” estou sem a página porque fiz leitura no kindle. Posição 4715.
É um livro de fácil leitura, contando a vida de uma moça do interior que sonha em ir para a capital do país tornar-se independente, e o faz. Supera obstáculos e tudo se resolve. É um livro para cima, de alto astral com doses de emoção e fatos históricos. Mostra a resiliência dos britânicos, a importância do amor ao próximo e o bem de se apreciar a leitura. Recomendo para aqueles que gostem dos temas fofos, com pano de fundo histórico e protagonistas com pureza de alma e solidariedade.
NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem incentivos para a promoção de livros.
Abaixo algumas fotos de Londres na Segunda Guerra Mundial.