Rio de Janeiro, um parque à beira-mar

5 06 2020

 

 

JURANDIR PAIS LEME,Manhã de Março – Posto 6, Rio,óleo s madeira, dat. 1947 e 27 x 35 cmManhã de Março – Posto 6, Rio, 1947

Jurandir Paes Leme (Brasil, 1896 – 1953)

óleo sobre madeira, 27 x 35 cm





Resenha: A paciente silenciosa, de Alex Michaelides

5 06 2020

 

 

 

Andrew Ganley - Brigit Ganley - Pintora irlandesa (1909-2002)O dramaturgo Andrew Ganley

Brigit Ganley (Irlanda, 1909 – 2002)

óleo sobre tela

 

Em 1926,  Agatha Christie publicou seu primeiro grande sucesso de vendas: O assassinato de Roger Ackroyd. Em 2013, a Associação de Escritores Britânicos de Crime elegeu esta obra como a melhor história de crime já escrita.  Este mistério é considerado um dos livros de maior influência no gênero, mesmo que tenha gerado controvérsia pela virada no final na trama.  Não pude deixar de me lembrar de Roger Ackroyd  ao terminar a leitura de A paciente silenciosa, do escritor britânico, nascido em Chipre, Alex Michaelides, publicado em 2019, para uma carreira de sucesso imediato.  Como o livro de Agatha Christie, este também ganhou inúmeros prêmios inclusive o Prêmio do site Goodreads  para mistérios e suspense no mesmo ano de lançamento. Além disso os dois livros são repletos de suspense, mistério e de finais surpreendentes.

Diferente do que aconteceu comigo na leitura do  livro de Agatha Christie, não consegui gostar nem me identificar com qualquer dos personagens envolvidos na trama de Michaelides. A narrativa me pareceu distante e artificial, assim como os dramas pessoais dos personagens me pareceram desde o início forjados, um tanto teatrais.

 

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Não obstante, A paciente silenciosa tem ritmo acelerado que ao longo do tempo torna-se trepidante, causa incertezas aumentando ansiedades no leitor, certo de que há algo muito errado, sem conseguir perceber claramente o que acontece.  Há passagens arrepiantes, repletas de situações aterrorizadoras, principalmente na descrição da perseguição [stalking] de um dos personagens.

Alex Michaelides usa de diversos métodos de narrativa para elaborar a trama.  Neste ponto, o livro é de grande riqueza, pois passamos da narrativa em primeira pessoa, às notas em diários, conversas, pintura e silêncio como meios de comunicação para a evolução do enredo e desta maneira consegue iludir o leitor, quando precisa, sobre as elipses que irão permitir a reviravolta final.  Neste ponto, A paciente silenciosa  é uma obra de grande auxílio àqueles que desejariam escrever uma história de suspense.

 

lex Michaelides 2.jpgAlex Michaelides

 

O livro gera questões sobre ética de trabalho de profissionais como psicólogos, psicanalistas e psiquiatras, assim como segurança nas instituições de acolhimento daqueles que necessitam de tratamento mental.  Há também a questão de confiabilidade, transparência e genuíno cuidado de pacientes mentais.

A paciente silenciosa é bom entretenimento, leitura feita para um fim de semana, para um dia de chuva.  Diverte, ajuda a passar o tempo, retém a atenção do leitor. Com este fim, recomendo.

 

NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem incentivos para a promoção de livros.