Soneto de Natal
Alphonsus de Guimaraens Filho
É Natal. Foram tantos os Natais…
Pois que é Natal mais uma vez, apreende
esse cântico longo que se estende
por terras, mares, não termina mais.
Natal mais uma vez. Uma vez mais,
o menino que só a estrela entende,
os pais que a treva inquieta, ela, a quem rende
a certeza das coisas abissais.
Pois que é Natal, pensemos no menino,
apenas no menino. E o contemplemos
no berço onde ora está, tão pequenino.
Já quanto aos pais, a meditar deixemos.
Sabem os pais qual a hora do destino.
Fingindo não saber, sonhando olhemos.
Em: Todos os sonetos, Alphonsus de Guimaraens Filho, Rio de Janeiro, Editora Galo Branco: 1996