Bella e livros
Anni Morris (GB, contemporânea, residente na Nova Zelândia)
acrílica sobre tela
Dezembro, vem a pergunta: qual foi o melhor livro do ano?
Meu gosto não é o de todos. Mas pode servir de notas auxiliares para futuras leituras. Sem levar em conta o que li profissionalmente em história da arte e história do mundo ocidental, li até agora, segunda semana de dezembro um pouco mais de 41 livros. Aqui está a lista dos que me lembrei. Talvez tenha lido um pouquinho mais, mas o ano foi muito conturbado e nem sempre anotei ou escrevi resenha dos livros. Sei que abandonei alguns. Estou ciente de que há mais livros para ler do que tempo, mesmo que vivesse o dobro da minha idade. Assim, não me desespero, abandono aquilo de que não gosto.

Escolhi 8 livros melhores do ano. 8 de 41… nada mal, 20% de boas leituras. Isso classifica o ano como muito bom. A lista é eclética e inclui dois autores brasileiros, dois livros do mesmo autor inglês, um japonês, um português, um italiano e uma canadense. Selecionei também, um fora de série, em separado, por não ser ficção literária, mas talvez uma das mais importantes leituras em anos.
A terra inteira e o céu infinito, Ruth Ozeki, livro mágico que reúne um tanto da filosofia oriental com a ficção científica. Um livro cheio de observações relevantes para a vida e o mundo contemporâneo. Acredito que seu público seja bastante universal. Resenha aqui.
As irmãs Makioka, Junichiro Tanizaki, clássico da literatura japonesa, tenho certeza de que não é para todos os gostos. Narrativa lenta como as estações do ano, límpida como a prosa de Eça de Queiroz. Sutil como as artes nipônicas. Não é para todos, mas se você gosta de boa literatura e lê clássicos do século XIX, este é para você. Resenha aqui.
Altos voos e quedas livres, Julian Barnes, uma das mais belas ficções/ensaios sobre o luto. Traz a marca registrada do autor, que navega dentro e fora do ensaio e da ficção literária com desenvoltura inigualável. Extrema sensibilidade. Resenha aqui.
O pecado de Porto Negro, Norberto Morais a grande descoberta do ano para mim foi este autor português, cuja obra está fortemente influenciada pelos clássicos portugueses e brasileiros. Uma obra de gosto universal, que à maneira das tragédias gregas, lida com as paixões (boas e más) dos seres humanos. Belas imagens literárias. Espero ansiosa sua próxima publicação. Resenha aqui.
Deserto, Luís Krausz, com este livro me apaixonei pela literatura deste autor já agraciado com o Prêmio Jabuti. Prosa delicada, memorialista, em pequeno ensaio, de uma passagem da vida de adolescência à adulta, com descrições inimitáveis e delicadas que lembram Proust. Um joia. Resenha aqui.
Diário da queda, Michel Laub, o impacto emocional deste livro, que é considerado o primeiro de uma trilogia, superou em tudo o que havia lido do autor. A maneira repetitiva com que narra é muito bem utilizada e na reta final entendemos as razões e o impacto é potente. Muito bom. Resenha aqui.
O papagaio de Flaubert, Julian Barnes, com este livro voltei a me apaixonar por Flaubert e por Julian Barnes. Livro de grande impacto em que perdemos a noção do que é ficção e fato. Simplesmente maravilhoso. Resenha aqui.
Três cavalos, Erri de Luca, sugerido por uma amiga, este livro surpreendeu pela gentileza com que trata os sentimentos. Uma pequena obra de grande impacto. Literária. Resenha aqui.

Sapiens: uma breve história da humanidade, Yuval Noah Harari
Recomendo Sapiens, leitura que mudará seu conhecimento do mundo. Não é ficção literária mas tem imenso valor no seu conhecimento daquilo que nos rodeia.
Lista dos livros lidos em 2017, mais ou menos na ordem em que foram lidos.
A terra inteira e o céu infinito, Ruth Ozeki
As irmãs Makioka, Junichiro Tanizaki
Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios, Marçal Aquino
Kafka e a boneca viajante, Jordi Sierra i Fabra
A luz entre oceanos, M. L. Steadman
O tribunal da quinta-feira, Michel Laub
O perfume da folha de chá, Dinah Jefferies
NW, Zadie Smith
A livraria mágica de Paris, Nina George
Notícia de um sequestro, Gabriel Garcia Marquez
O colecionador, Nora Roberts
Partir, Tahar Ben Jelloun
O pecado de Porto Negro, Norberto Morais
A estrada verde, Anne Enright
Assando bolos em Kigali, Gaile Parkin
Os transparentes, Ondjaki
Os novos moradores, Francisco Azevedo
O conto da aia, Margaret Atwood
O amante japonês, Isabel Allende
Sapiens: uma breve história da humanidade, Yuval Noah Harari
Hibisco Roxo, Chimamanda Ngozi Adichie
Matéria escura, Blake Crouch
A vida do livreiro A.J. Fikry, Gabrielle Zevin
Um beijo de Colombina, Adriana Lisboa
Altos voos e quedas livres, Julian Barnes
Três cavalos, Erri de Luca
O papagaio de Flaubert, Julian Barnes
Diário da queda, Michel Laub
Meus dias de escritor, Tobias Wolff
Deserto, Luís Krausz
Bazar Paraná, Luís Krausz
A resistência, Julian Fuks
Desvendando Margaux, Jean-Pierre Alaux e Noël Balen
Kitchen, Banana Yoshimoto
Esse cabelo, Djaimilia Pereira de Almeida
Muitas Coisas que Perguntei e Algumas que Disse, Rosa Montero
Os Criadores de Coincidências, Yoav Blum
O Ano da Lebre, Arto Paasilinna
O Assassinato de Margaret Thatcher, Hilary Mantel
A vida peculiar de um carteiro solitário, Denis Thériault
Três Vezes ao Amanhecer, Alessando Baricco