Desconheço a autoria da ilustração, parece russa, certamente Europa Oriental.
Livros lidos em 2016
(esta lista inclui livros lidos na última semana de 2015, depois do Natal)
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A rainha da neve, Michael Cunningham
O livro secreto, Gregory Samak
Beije-me onde o sol não alcança, Mary del Priore
A jornada de Felícia, William Trevor
Nora Webster, Colm Tóibin
Memórias de um casamento, Louis Begley
O pescoço da girafa, Judith Schalansky
Mudança de clima, Hilary Mantel
Um homem chamado Ove, Fredrik Backman
Euforia, Lily King
O rouxinol, Kristin Hannah
Amor e memória, Ayelet Waldman
Isso também vai passar, Milena Busquets
Bonita Avenue, Peter Buwalda
A caderneta vermelha, Antoine Laurain
O ruído das coisas ao cair, Juan Gabriel Vásquez
As aventuras de um coração humano, William Boyd
A vida invisível de Eurídice Gusmão, Martha Batalha
O romance inacabado de Sofia Stern, Ronaldo Wrobel
As mulheres do meu pai, José Eduardo Agualusa
Setembros de Shiraz, Dalia Sofer
A maleta da Sra. Sinclair, Louise Walters
A delicadeza, David Foenkinos
A mulher desiludida, de Simone de Beauvoir
Uma história de solidão, John Boyne
Esnobes, Julian Fellowes
Que ninguém nos ouça, Leila Ferreira e Cris Guerra
Meu nome é Lucy Barton, Elizabeth Strout
Dom Quixote, de Cervantes
A última palavra, Hanif Kureishi
A garota de Boston, Anita Diamant
Imperatriz Orquídea, Anchee Min
Cavalos roubados, Per Petterson
A garota no trem, Paula Hawkins
Pequena abelha de Chris Cleave
Guerra das Gueixas, Nagai Kafu
Cinco esquinas, Mario Vargas Llosa
Balzac e a costureirinha chinesa, Dai Sijie
O último amigo, Tahar Ben Jelloun
O papel de parede amarelo, Charlotte Perkins Gilman
O fuzil de caça, Yasushi Inoue
Enclausurado, Ian McEwan
Sapiens, Yuval Noah Harari
Moça com chapéu de palha, Menalton Braff
Toda lista é falha. Há filtros: o que você já leu antes, seu momento emocional; se é um autor de quem você já gostou e se sente mais afável ao ler seu novo livro ou se é uma obra que toca em assuntos que são particularmente desconfortáveis. Tudo acaba entrando no julgamento. Foram 44 livros, até dia 15 de dezembro de 2016. Aqui ficam os livros que permanecerão comigo, em minha memória, reverberando suas emoções, ensinamentos. Memórias gravadas.
As aventuras de um coração humano
William Boyd (UK, 1952)
Editora Rocco: 2008, 512 páginas
Sinopse
Um diário é escrito para reunir as várias facetas de uma personalidade. E, se comprometido com a verdade, mostra uma realidade conturbada e caótica, afinal, toda vida é feita de altos e baixos uma gangorra demasiadamente humana. Assim são os relatos do fictício Logan Gonzago Mountstuart, lembranças remendadas de uma vida que atravessou todas as décadas do século XX e que contam As aventuras de um coração humano.
Viajando o mundo Uruguai, Inglaterra, França, Espanha, Portugal, EUA, Bahamas, Suíça, Nigéria a bordo das experiências do protagonista, Boyd constrói um personagem cativante e que seduz por completo o leitor com a sua trajetória, que alterna bons e maus momentos, como a de qualquer pessoa. Sob a forma de diários ficcionais compilados, com uma prosa fluida, situações verossímeis e entremeadas por fatos e pessoas reais, reflexões e riqueza de cenários, o livro traz um William Boyd em alto estilo, entretendo o leitor com ousadia.
Tahar Ben Jelloun (Marrocos, 1944)
Editora Bertrand: 2006, 128 páginas
Sinopse
Aconteceu em Tânger, cidade cosmopolita, no final dos anos 1950. Dois adolescentes, Ali e Mamed, conhecem-se no Liceu Francês, passam a andar juntos e se tornam amigos. Durante quase trinta anos, essa relação será afetada por mal-entendidos, duras provações sofridas juntos, ciúme disfarçado e traição. Essa amizade arrebatadora quase chega a se assemelhar a uma história de amor de final infeliz.
Per Petterson (Noruega, 1962)
Editora Verus: 2010, 253 páginas
Sinopse
Neste romance contido e envolvente, Trond Sander, um homem de 67 anos, muda para uma região remota da Noruega, em busca da vida de contemplação silenciosa que sempre desejou. Um encontro casual com um vizinho – irmão, como ele descobre mais tarde, de seu amigo de infância Jon – lhe traz à memória o verão de 1948, que passou com seu adorado pai.
As lembranças de Trond se concentram em uma tarde em que ele e Jon saem para roubar cavalos de uma fazenda próxima. O que começa como uma emocionante aventura adolescente termina de forma abrupta e traumática. Confrontado com a descoberta do erotismo, da morte e da falsa harmonia familiar, Trond passa da adolescência à idade adulta em um único e fatídico verão.
“Cavalos Roubados” é um livro de rara intensidade dramática, habilmente construído em torno de segredos, buscas e perdas. As reminiscências do narrador no crepúsculo da vida e sua evocação de um verão inesquecível são líricas e vigorosas, revelando a prosa precisa e irresistível de um mestre da literatura.
O romance inacabado de Sofia Stern
Ronaldo Wrobel (Brasil, 1968)
Editora Record: 2016, 256 páginas
Sinopse
Autor de Traduzindo Hannah, livro finalista do Prêmio São Paulo de Literatura de 2010, Ronaldo Wrobel constrói um thriller instigante neste novo romance. Na trama, o protagonista Ronaldo vive com a avó, Sofia Stern, em Copacabana. Ela é uma refugiada da guerra: nasceu na Alemanha em 1919 e veio para o Brasil às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Quando Ronaldo encontra um diário da avó perdido no apartamento, percebe que as histórias de sua juventude revelam paixões, traições e conflitos. Ele decide trazer os fatos à tona e embarca numa viagem para preencher as lacunas do relato.
Yasushi Inoue (Japão, 1907-1991)
Editora Estação Liberdade: 2010, 102 páginas
Sinopse
No Japão, o período do pós-guerra trouxe definitivamente à tona toda sorte de questões que mantiveram caráter de tabu durante tanto tempo, numa tradição secular de silêncio e discrição. Isso faz com que o enredo de O fuzil de caça, cujos personagens estão enleados em um caso de amor extraconjugal, não constitua por si só uma novidade ou um fator de estranhamento. É também na forma, e não apenas em sua temática, que a obra se consolida como fundamental no panorama da literatura japonesa contemporânea.
Lançando mão da tradição do romance epistolar, convida o leitor à posição de voyeur de uma comunicação unilateral e inusitada entre um caçador, Josuke Misugi, e um escritor. Três cartas, endereçadas a um mesmo homem por três mulheres diferentes, imprimem uma textura trágica à trama.
O jogo de narradores; as cartas como único veículo para a torrente de alta tensão emocional que se revela ao leitor; o exercício constante da concisão e o lirismo que transpira de uma prosa que se mantém sempre vizinha do território poético: a estética e o conteúdo se entrelaçam, e o entrecho se apresenta belo como uma trilha na neve. Ao mesmo tempo, o equilíbrio entre o que é dito e o que é velado mantém o mundo da solidão presente em cada linha e constante em todos os personagens. Permeiam estas páginas o isolamento e a carência de franqueza nas relações humanas, que as cartas reveladas por Misugi tentam romper e atravessar.
Sapiens: uma breve história da humanidade
Yuval Noah Harari (Israel, 1976)
Ediitora L&PM:2015, 464 páginas
Sinopse
Um relato eletrizante sobre a aventura de nossa extraordinária espécie – de primatas insignificantes a senhores do mundo. O que possibilitou ao Homo sapiens subjugar as demais espécies? O que nos torna capazes das mais belas obras de arte, dos avanços científicos mais impensáveis e das mais horripilantes guerras? Yuval Noah Harari aborda de forma brilhante estas e muitas outras questões da nossa evolução. Ele repassa a história da humanidade, relacionando com questões do presente. E consegue isso de maneira surpreendente. Doutor em história pela Universidade de Oxford e professor do departamento de História da Universidade Hebraica de Jerusalém, seu livro não entrou por acaso nas listas dos mais vendidos de 40 países para os quais foi traduzido. Sapiens impressiona pela quantidade de informação, oferecida em linguagem acessível, atraente e espirituosa. Tanto que, na primeira semana de lançamento nos Estados Unidos, já figurava entre os mais vendidos na lista do The New York Times. Em Sapiens, Harari nos oferece não apenas conhecimento evolutivo, mas também sociológico, antropológico e até mesmo econômico. Ele se baseia nas mais recentes descobertas de diferentes campos como paleontologia, biologia e antropologia. E, especialmente para a edição brasileira, realizou algumas atualizações no final de 2014. Esta edição traz dezenas de imagens, mapas e tabelas que o deixam ainda mais dinâmico.
Quero ressaltar outros livros que foram do meu agrado, dos quais guardo boas lembranças, em ordem alfabética pelo título:
Enclausurado, Ian McEwan
Esnobes, Julian Fellowes
A garota de Boston, Anita Diamant
Guerra das Gueixas, Nagai Kafu
Um homem chamado Ove, Fredrik Backman
Nora Webster, Colm Tóibin
O papel de parede amarelo, Charlotte Perkins Gilman
Parabéns pelas leituras!!!!
Obrigada. Você gosta de ler o quê?
Eu leio de tudo na verdade, mas prefiro os de não ficção 🙂
Olá! Muitos títulos em sua lista estão em minha fila infindável de leitura. Dentre eles Enclausurado e Beije-me onde o sol não alcança. Vi O rouxinol na livraria, uma capa linda, mas acabei não comprando. De toda forma achei sua lista invejável, não consigo passar de 28 livros lidos por ano, mas já está bom, o importante é termos prazer na leitura. Abraço! 😉
28 livros já é um número memorável. O rouxinol foi escolhido pelo Papalivros. É um bom livro. Falta-lhe um pouquinho de arte na escrita. Mas a história é intrigante. Vale a leitura.