Edward B. Gordon (Alemanha, 1966)
óleo sobre madeira
“Não faço questão“
Essa expressão, tão comum, não parece conter toda uma atitude diante do mundo.
“Quer um café?”
“Não faço questão. Como você quiser.”
Ora, não é difícil saber se queremos tomar o café que alguém nos oferece. A incapacidade de decidir sobre coisa tão simples pode indicar algo maior do que uma hesitação. Pode ser indiferença. Anemia afetiva. Medo de se comprometer. Essa bem pode estar sendo nossa atitude, hoje, diante do mundo. Passiva. Que deixa correr. E isso é perigoso. O mundo pede emoção e inteligência. Espera que façamos questão dele. Eis a questão.
Em: “Não faço questão”, Márcio Tavares D’Amaral, O Globo, 24/10/2015, 2º caderno, página 2.
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