Caspar David Friedrich (Alemanha, 1774-1840)
óleo sobre tela, 44 x 73 cm
Alte Nationalgalerie, Berlim
A cortina
Maria Thereza de Andrade Cunha
Quando a rua em que moro tu subias,
Por detrás da cortina eu te esperava;
E passavas sorrindo, pois bem vias
Que a cortina de rendas ondulava…
Como foram felizes esses dias
Em que meu coração se alvoroçava,
Quando longe passavas, e sabias
Que eu, de longe, te via… e te adorava!
Deixaste de passar à minha porta.
Da cortina rasgaram-se os babados.
— O tempo, rendas e esperanças corta! —
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Foi trocada a cortina da janela!
A nova é toda feita de bordados
… Mas, eu gostava muito mais daquela…
Em: É primavera… escuta., Maria Thereza de Andrade Cunha, Rio de Janeiro, 1949, p.49-50.






Parece tudo tão perfeito, tão bem escrito, adorei a poesia! E fiquei ainda mais encantada com a obra de arte de hoje, o vestido da mulher tem um tom madeira como todo o ambiente. Realmente muito bonito de se ver!
Maria Faria, você é observadora,sempre presta atenção… obrigada!
Todas as poesias dela são muito lindas
Jussara concordo. Ela tem poesias belíssimas.