Georgina de Albuquerque (Brasil, 1885-1962)
óleo sobre tela
PESP –Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP
Infinito
Renato Travassos
Um delicioso anseio me atordoa,
Netas lindas manhãs de primavera;
Em mim não me contenho, pois quisera
ter asas para voar sem rumo, à toa!
Os olhos pondo na azulada esfera,
Toda ave invejo que, liberta, voa:
Como seria, sendo livre, boa
A vida que me prende e desespera!
Nestas manhãs de luz maravilhosas
Em que sorrindo, desabrocham rosas,
Quem me dera dispor de duas asas, —
Para, contente, voar do vale à serra;
Para, louvando o que existir na terra,
A um tempo além pairar das coisas rasas!
Em: Oração ao Sol: obra completa, Renato Travassos, Rio de Janeiro, José Olympio: 1946, 3ª edição, p. 97.






Que foto e que poema!
Boas escolhas? São meus leitores que me inspiram. 😉