Ilustração de Elizabeth Becker.
A mochila
Reynaldo Valinho Alvarez
Carrego na mochila, entre outros trastes,
três ou quatro verdades importantes.
O resto é de mentiras. São contrastes
que entrego às outras partes contrastantes.
A lira não me vale. São desastres
o que encontro nos outros caminhantes.
Na terra devastada, erguem-se as hastes
das lanças e dos canos fumegantes.
A mochila me pesa. As três verdades
ou quatro, já não sei, não pesam tanto,
mude-se o tempo e mudem-se as vontades.
O que me dói ou pesa, ou o que é um espanto
é que um modesto grama de inverdades
valha um tonel de torpe desengano.
Em: Galope do tempo, Reynaldo Valinho Alvarez, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro: 1997, p. 55





Muito, bom. Parabéns pela escolha.
Obrigada. Gosto bastante deste poeta ainda que conheça pouco dele. 😉
Me peguei a pensar que verdades ele leva na mochila.
LELLA, interessante… eu não cheguei a pensar nisso…
Interessante.
gostei muito …parabéns…!