Uma jovem de classe, s.d.
William Henry Margetson (Inglaterra, 1861-1940)
Aquarela e lápis sobre papel
Prelúdios
J. Dantas de Sousa
Por que em tua face angélica,
Meiga donzela formosa,
A cor purpúrea da rosa
Foi gratamente pairar
Quando outro dia eu em dúvida
Junto de ti quase a medo
Fui de minh’alma um segredo
Em segredo te falar?
Com sorriso terno e cândido,
No seio a fronte pendida,
Dizes não saber, querida,
Porque mudas-te de cor;
Pois eu sei: — mimosa, ingênua,
Tu coraste, feiticeira,
Por essa a vez primeira
Que ouvias falar d’ amor.
Dize agora: se os meus lábios
Abrasados de desejos
Aos teus furtarem mil beijos
Hás de corar como então?…
Ai, não respondes; mas, lânguidos,
Dizem teus olhos brejeiros
Que hás de corar…aos primeiros:
Mas aos segundos — já não…
(Setembro de 1859)
Em: O Espelho: revista de literatura, modas, indústria e artes, n. 17, 23 de outubro de 1859, p.11. da edição em facsímile, Rio de Janeiro, MEC:2008, p. 107.





Bah, que lindo
Bah… Você é gaúcho, Mariel? Sabe que essa interjeição é de difícil entendimento para um carioca? 😉
Mas tchê, a interjeição não tem como ser de difícil entendimento. Difícil entendimento é alguém gostar do Grêmio, por exemplo. Então, se alguém pergunta “o inter vai ser campeão?” A resposta só pode ser bah, claro que sim. Ou “teus posts são legais?” Bah, claro que sim.
Gostei. É atrevido para a época esse poema falando de beijos e anseios já que só se falava de sonhos ao luar, noites estreladas, etc. metáforas do amor.
É sim, bem atrevidinho. Achei um encanto. Não tenho a menor ideia de qualquer detalhe sobre o autor. Vai para a pasta de pesquisas… bjnh