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Bernard Rolland (França, contemporâneo)
acrílica sobre tela
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Perdoa
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Maria Pagano de Botana
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Se o vento desfolhar do teu jardim as rosas
E as deixar pelo chão espalhadas à toa,
Cruza os braços, fitando as roseiras graciosas,
— E a maldade do vento, em silêncio, perdoa!
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Se a poeira vier ferir teus olhos, na estrada,
Deixa que o teu olhar tranquilamente doa,
Eleva para o azul as pálpebras, mais nada…
— E a maldade do pó, com ternura, perdoa!
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Se alguém encher de fel teu coração dorido,
Sem que do teu pesar um dia se condoa,
Não maldigas: esquece o insulto recebido,
E a maldade do mundo, em lágrimas, perdoa!
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Em: 232 Poetas Paulistas:antologia, ed. e col. Pedro de Alcântara Worms, São Paulo, Conquista: 1968, p. 342.
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Maria Pagano de Botana ( Pederneiras, SP, 1909) [ Baronesa de Santa Inês] Poeta, cronista, professora, jornalista . Pseudônimos: Marlon, Maria do Rosário.
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Obras:
Do sonho à realidade, crônicas, 1945
Canteiro humilde, pensamentos, 1948
Amor fonte de vida, poesia, 1950
Luzes e imagens, 1972, biografia romanceada






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