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Lavadeiras no Rio Piabanha em Petrópolis, s/d
Carlos Gomes (Brasil, 1934-1990)
óleo sobre tela, 56 x 48 cm
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Cantigas
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Jorge de Lima
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As cantigas lavam a roupa das lavadeiras.
As cantigas são tão bonitas, que as lavadeiras
ficam tão tristes, tão pensativas!
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As cantigas tangem os bois dos boiadeiros!
Os bois são morosos, a carga é tão grande!
O caminho é tão comprido que não tem fim.
As cantigas são leves…
E as cantigas levam os bois, batem a roupa
das lavadeiras.
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As almas negras pesam tanto, são
tão sujas como a roupa, pesadas
como os bois…
As cantigas são tão boas…
Lavam as almas dos pecadores!
Levam as almas dos pecadores!
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Em: Poesia Brasileira para a Infância, de Cassiano Nunes e Mário da Silva Brito, São Paulo, Saraiva: 1968
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Jorge Mateus de Lima (União dos Palmares, AL, 23 de abril de 1893 — Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1953) foi político, médico, poeta, romancista, biógrafo, ensaísta, tradutor e pintor brasileiro.
Obras:
Poesia:
XIV Alexandrinos (1914)
O Mundo do Menino Impossível (1925)
Poemas (1927)
Novos Poemas (1929)
O acendedor de lampiões (1932)
Tempo e Eternidade (1935)
A Túnica Inconsútil (1938)
Anunciação e encontro de Mira-Celi (1943)
Poemas Negros (1947)
Livro de Sonetos (1949)
Obra Poética (1950)
Invenção de Orfeu (1952)
Romance:
O anjo (1934)
Calunga (1935)
A mulher obscura (1939)
Guerra dentro do beco (1950)







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