Morres de fraco? Morres de atrevido. – Soneto de Bocage

6 11 2012

Leitora, 1921

Eugen Spiro (Alemanha, 1874-1972)

óleo sobre tela

Sammlung F.Benjamin, Berlim-Grünewald

VIII

Bocage

Aflito coração, que o teu tormento,

Que os teu desejos tácito devoras,

E ao  doce objeto, às perfeições adoras,

Só te vás explicar co(m) pensamento.

Infeliz coração, recobra alento,

Seca as inúteis lágrimas, que choras;

Tu cevas o teu mal, porque demoras

Os voos ao ditoso atrevimento.

Inflama surdos ais, que o medo esfria;

Um bem tão suspirado, e tão subido,

Como se há de ganhar sem ousadia?

Ao vencedor afoute-se o vencido;

Longe o respeito, longe a cobardia;

Morres de fraco? Morres de atrevido.


Ações

Information

2 responses

6 11 2012
Avatar de RAA RAA

Andava com saudades de vir aqui 🙂

7 11 2012
Avatar de peregrinacultural peregrinacultural

Bom ver você por aqui. Sim, eu também estava com saudades… Tenho tido pouco tempo para o blog, mas acho que pelo menos até março devo poder me dedicar um pouquinho mais. Estou pensando em colocar umas historietas que escrevi quando morei em Portugal. Mando para você o link quando o fizer. Sempre tenho mais planos do que tempo. Obrigada Ricardo pelo contato, Um abraço,

Deixar mensagem para peregrinacultural Cancelar resposta