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Vocês já notaram como jardins têm moda? Isso mesmo, fica na moda um certo tipo de planta, de arbusto, de flor e aos poucos antigos pés disso ou daquilo dão lugar a uma nova espécie, a uma nova folhagem. De uns quinze anos para cá os jardins do meu bairro começaram a aparecer com algumas plantas interessantes, bonitas, com flores de cores brilhantes… Não estou reclamando. Mas, acho que a moda leva os jardins a terem todos mais ou menos a mesma cara, principalmente quando são os porteiros que trabalham os jardins e costumam se concentrar nas plantas de maior efeito pelo menor trabalho.
Aqui no meu bairro, no Rio de Janeiro, há uma abundância de jardins de edifícios residenciais floridos o ano inteiro com essa planta que está em todo canto, retratada acima. Alguns a chamam de Alfinete-gigante. Mas é mais conhecida com Ixora-chinesa, ou Ixora-vermelha. Não é uma planta nativa do Brasil. É originária do Extremo Oriente: Malásia e China. É planta asiática tropical, da família das Rubiaceae. Por isso se dá tão bem no clima carioca.
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Entrada de edifício residencial.
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Cá pelo meu bairro não a deixam crescer muito. A moda por aqui é deixá-la crescer só até um metro do chão, mais ou menos. Mas pode chegar a dois metros de altura. Deve ficar linda assim. E em geral é plantada como cerca viva ou melhor dizendo, acompanhando as grades dos edifícios, porque cercas vivas por aqui não oferecem a tranquilidade de segurança de que os cariocas precisam. Frequentemente elas são usadas como delimitadores de áreas do jardim, acentuando os caminhos para entrada de pedestres ou a beirada do caminho para as garagens.
Há uma papelaria aqui perto cuja entrada fica bem recuada do meio fio, sendo uma construção mais moderna do que a própria rua, foi construída numa linha imaginária, que estabelece um futuro alargamento dessa rua que data do século XVIII. Assim, o dono da papelaria, para “mostrar o caminho das pedras”, colocou diversas jardineiras na calçada em duas colunas paralelas, para acentuar a entrada do estabelecimento. Teve que colocar jardineiras porque a calçada não lhe pertence. Mas, ficou bonito para quem chega.
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O mais interessante é que a Ixora-chinesa parece dar flores o ano inteiro. São grandes pompons compostos de minúsculas flores de quatro pétalas. De longe parecem até gerânios, e sei que às vezes as ixoras-chinesas são chamadas de gerânios selvagens, por causa da aparência dessas flores. Mas não têm nada a ver. Por aqui só tenho visto exemplares cujas flores tem tonalidade, laranja, damasco, salmão. Mas sei que existem flores de outras tonalidades: branca e vermelha.
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Para maiores informações veja:









Morrendo de rir porque pensei nisso não faz muito tempo. Aqui a moda é uma cujo nome vulgar é buquê de noiva. E, claro, consegui muda para meu jardim. Existe moda e sombrinhas também,pode reparar. Abraço bem florido.
Mentes brilhantes pensam iguais! 🙂 Vou procurar o buquê de noiva para ver se elas também andam na moda por aqui! 😉
Embora eu não seja fã dessa planta (não enche meus olhos, igual Plumbago e Duranta, tadinhas), tenho que admitir que se adapta fantasticamente ao clima semi-árido do litoral do Rio de Janeiro e floresce praticamente o ano todo. Existem as variedades miniaturas e também as cores exóticas (fora do “salmão avermelhado” tão comum): branca, rosa, rosa bem claro, amarela e vermelho escuro.O formato das pétalas tb varia conforme a variedade: estrelado, arredondado e em forma de “colher” (borda arredondada e base fina). Para ela se tornar atraente aos meus olhos, bastaria apenas a folhagem variegata, vamos esperar a criatividade dos melhoristas.
Só complementando, aqui no Rio (assim como no Nordeste) não existe a cultura da Jardinagem, só se valoriza praia e ninguém planta nada, nem para comer (os amantes da natureza são órfãos indesejados e incompreendidos, rss). Os jardins urbanos são meros projetos paisagísticos de ‘manutenção zero’ (por isso tantas Ixoras, Plumbagos, Durantas, etc.). Apesar de possuir um mercado floral forte, a esmagadora maioria dos “produtos” (isso mesmo: as nossas amadas plantinhas) são de clima frio (produzidas na Região Serrana) e sucumbem rapidamente no calor infernal da cidade maravilhosa. Não basta apenas gostar, tem que pesquisar muito para ter certeza do que está levando e para resistir ao impulso louco de comprar aquela planta maravilhosa que nunca mais florescerá ou não se desenvolverá ou que morrerá logo.
Edu, tão bom receber um comentário que faz sentido e bem escrito! Uff, que alívio.
Eu adoro jardins. Mas sou carioca e cresci em edifício de apartamentos. Só descobri que gostava de jardins e de jardinagem quando morei fora do Brasil e um terreno inteiro, caiu sob minha responsabilidade, o da minha residência… Ora, foi um aprendizado e tanto. Não só eu naquela hora passei a ser responsável pela saúde das plantas no jardim, eu também tive que aprender sobre plantas de outro clima. De lá, por causa do trabalho, passei um ano à beira do deserto do Saara, na Argélia, onde aprendi ainda mais: 1) nãos consigo viver feliz sem verde à minha volta 2) aprendi muito com o manuseio que os habitantes dos oásis fazem das águas e como eles produzem em camadas de sombras… Uma lição e tanto sobre plantas, jardins, e o valor que outros dão ao verde. Conversando com amigos depois que voltei a residir aqui no Rio de Janeiro, fico sempre surpresa de ver a indiferença da grande maioria pelo verde e realmente me incomoda a semelhança que todos os jardins de edifícios exibem. Todos tem certas plantas… e não outras. Há plantas que eram mais comuns quando eu era criança que praticamente desapareceram. Gostaria de ver as pessoas menos preocupadas com a “moda” e mais no que é nosso, no que é nativo. Porque a natureza brasileira é excepcional!
Obrigada pelo comentário e volte sempre. A “coluna” o verde do meu bairro não é regular no blog. Aparece quando alguma coisa me chama a atenção e tenho a minha câmera comigo, mas de vez em quando toco no assunto. Um grande abraço, Ladyce