O verde do meu bairro — Ixora Chinesa

20 10 2012

Vocês já notaram como jardins têm moda? Isso mesmo, fica na moda um certo tipo de planta, de arbusto, de flor e aos poucos antigos pés disso ou daquilo dão lugar a uma nova espécie, a uma nova folhagem.  De uns quinze anos para cá os jardins do meu bairro começaram a aparecer com algumas plantas interessantes, bonitas, com flores de cores brilhantes… Não estou reclamando.  Mas, acho que a moda leva os jardins a terem todos mais ou menos a mesma cara, principalmente quando são os porteiros que trabalham os jardins e costumam se concentrar nas plantas de maior efeito pelo menor trabalho.

Aqui no meu bairro, no Rio de Janeiro, há uma abundância de jardins de edifícios residenciais floridos o ano inteiro com essa planta que está em todo canto, retratada acima.   Alguns a chamam de Alfinete-gigante.  Mas é mais conhecida com Ixora-chinesa, ou Ixora-vermelha.  Não é uma planta nativa do Brasil.  É originária do Extremo Oriente: Malásia e China.  É planta asiática tropical, da família das Rubiaceae.  Por isso se dá tão bem no clima carioca.

Entrada de edifício residencial.

Cá pelo meu bairro não a deixam crescer muito.  A moda por aqui é deixá-la crescer só até um metro do chão, mais ou menos.  Mas pode chegar a dois metros de altura.  Deve ficar linda assim.   E em geral é plantada como cerca viva ou melhor dizendo, acompanhando as grades dos edifícios, porque cercas vivas por aqui não oferecem a tranquilidade de segurança de que os cariocas precisam.  Frequentemente elas são usadas como delimitadores de áreas do jardim, acentuando os caminhos para entrada de pedestres ou a beirada do caminho para as garagens.

Há uma papelaria aqui perto cuja entrada fica bem recuada do meio fio, sendo uma construção mais moderna do que a própria rua, foi construída numa linha imaginária, que estabelece um futuro alargamento dessa rua que data do século XVIII.  Assim, o dono da papelaria, para “mostrar o caminho das pedras”, colocou diversas jardineiras na calçada em duas colunas paralelas, para acentuar a entrada do estabelecimento.  Teve que colocar jardineiras porque a calçada não lhe pertence. Mas, ficou bonito para quem chega.

O mais interessante é que a Ixora-chinesa parece dar flores o ano inteiro.  São grandes pompons compostos de minúsculas flores de quatro pétalas.  De longe parecem até gerânios, e sei que às vezes as ixoras-chinesas são chamadas de gerânios selvagens, por causa da aparência dessas flores.  Mas não têm nada a ver.   Por aqui só tenho visto exemplares cujas flores tem tonalidade, laranja, damasco, salmão.  Mas sei que existem flores de outras tonalidades: branca e vermelha.

verde 9

Para maiores informações veja:

O Jardineiro.


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5 responses

20 10 2012
Avatar de Regina Regina

Morrendo de rir porque pensei nisso não faz muito tempo. Aqui a moda é uma cujo nome vulgar é buquê de noiva. E, claro, consegui muda para meu jardim. Existe moda e sombrinhas também,pode reparar. Abraço bem florido.

20 10 2012
Avatar de peregrinacultural peregrinacultural

Mentes brilhantes pensam iguais! 🙂 Vou procurar o buquê de noiva para ver se elas também andam na moda por aqui! 😉

4 04 2013
Avatar de Edu Edu

Embora eu não seja fã dessa planta (não enche meus olhos, igual Plumbago e Duranta, tadinhas), tenho que admitir que se adapta fantasticamente ao clima semi-árido do litoral do Rio de Janeiro e floresce praticamente o ano todo. Existem as variedades miniaturas e também as cores exóticas (fora do “salmão avermelhado” tão comum): branca, rosa, rosa bem claro, amarela e vermelho escuro.O formato das pétalas tb varia conforme a variedade: estrelado, arredondado e em forma de “colher” (borda arredondada e base fina). Para ela se tornar atraente aos meus olhos, bastaria apenas a folhagem variegata, vamos esperar a criatividade dos melhoristas.

4 04 2013
Avatar de Edu Edu

Só complementando, aqui no Rio (assim como no Nordeste) não existe a cultura da Jardinagem, só se valoriza praia e ninguém planta nada, nem para comer (os amantes da natureza são órfãos indesejados e incompreendidos, rss). Os jardins urbanos são meros projetos paisagísticos de ‘manutenção zero’ (por isso tantas Ixoras, Plumbagos, Durantas, etc.). Apesar de possuir um mercado floral forte, a esmagadora maioria dos “produtos” (isso mesmo: as nossas amadas plantinhas) são de clima frio (produzidas na Região Serrana) e sucumbem rapidamente no calor infernal da cidade maravilhosa. Não basta apenas gostar, tem que pesquisar muito para ter certeza do que está levando e para resistir ao impulso louco de comprar aquela planta maravilhosa que nunca mais florescerá ou não se desenvolverá ou que morrerá logo.

4 04 2013
Avatar de peregrinacultural peregrinacultural

Edu, tão bom receber um comentário que faz sentido e bem escrito! Uff, que alívio.

Eu adoro jardins. Mas sou carioca e cresci em edifício de apartamentos. Só descobri que gostava de jardins e de jardinagem quando morei fora do Brasil e um terreno inteiro, caiu sob minha responsabilidade, o da minha residência… Ora, foi um aprendizado e tanto. Não só eu naquela hora passei a ser responsável pela saúde das plantas no jardim, eu também tive que aprender sobre plantas de outro clima. De lá, por causa do trabalho, passei um ano à beira do deserto do Saara, na Argélia, onde aprendi ainda mais: 1) nãos consigo viver feliz sem verde à minha volta 2) aprendi muito com o manuseio que os habitantes dos oásis fazem das águas e como eles produzem em camadas de sombras… Uma lição e tanto sobre plantas, jardins, e o valor que outros dão ao verde. Conversando com amigos depois que voltei a residir aqui no Rio de Janeiro, fico sempre surpresa de ver a indiferença da grande maioria pelo verde e realmente me incomoda a semelhança que todos os jardins de edifícios exibem. Todos tem certas plantas… e não outras. Há plantas que eram mais comuns quando eu era criança que praticamente desapareceram. Gostaria de ver as pessoas menos preocupadas com a “moda” e mais no que é nosso, no que é nativo. Porque a natureza brasileira é excepcional!

Obrigada pelo comentário e volte sempre. A “coluna” o verde do meu bairro não é regular no blog. Aparece quando alguma coisa me chama a atenção e tenho a minha câmera comigo, mas de vez em quando toco no assunto. Um grande abraço, Ladyce

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