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Bichano
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Cristóvão de Camargo
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Vejo, altiva, mover-se uma figura,
Lentamente, entre minhas porcelanas.
Desdobra-se esse tigre em miniatura
Em nobres atitudes palacianas.
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Uma lembrança em seu olhar fulgura.
De algum harém de terras muçulmanas,
Onde roçava a sua pele escura
Pelos corpos lascivos das sultanas…
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Adoro o seu ronrom feito em cadência…
Bem sei que o egoismo é de sua alma a essência,
Que é pérfido, cruel, vaidoso, ingrato:
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Mas eu admiro, em toda a circunstância,
A sua filosófica arrogância,
Todo esse imenso orgulho de ser gato.
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Cristóvão Torres de Camargo – pseudônimo Fabrício Velho — nasceu em Paulicéia, no estado de São Paulo a 29 de Agosto de 1902. Advogado, jornalista, poeta. Mudou-se para o Rio de Janeiro. Escreveu poesia contos, peças teatrais, ensaios e literatura infantil. Diversos livros publicados na Argentina e na França.
Obras:
Bronze
Sonetos
Poèmes de la nuit






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