Charles Joshua Chaplin ( Inglaterra, 1825-1891)
óleo sobre tela
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Quem acompanha este blog sabe que faz muito tempo que alguns leitores pedem essa poesia. Coube a leitora Leda Meira descobrí-la e passá-la para mim. Coloco essa postagem com muito prazer por saber que irá satisfazer a muitos que têm a poesia na lembrança. —
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Bolhas de Sabão
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Oliveira Ribeiro Neto
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Queima o sol do meio-dia.
Feitas de espuma fria
sobem bolhas de sabão
luzentes como estrelas…
E vendo o neto fazê-las,
chora-lhe de saudades o coração.
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Em tempos há muito passados,
quando era pequenina,
seus olhitos espantados
viam as bolhas amarelas
como as asas daquelas
borboletas dos prados.
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E a bolha refletia
os seus sonhos de pequena:
— um gato branco (que mia),
e uma boneca morena
com grandes olhos de louça…
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Mais tarde, quando era moça,
a bolha maravilhosa
não tinha a cor amarela
das borboletas de ouro;
— era toda cor-de-rosa
qual seus sonhos de donzela…
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Então via um príncipe bem loiro
de brilhantes coroado
e um castelo encantado!
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Depois, já cansada a vista
e a cabeleira prateada,
a bolha de sabão triste ela via
da cor saudosa da ametista…
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… Não mais uma boneca ela queria,
ou um príncipe armado duma espada:
— Hoje, o espelho de ametista refletia
um céu azul e mais nada…
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Pedro Antônio de Oliveira Ribeiro Netto (SP, 1908 – SP, 1989) jornalista, crítico literário, escritor, poeta e tradutor. Diplomado em letras e em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade do Largo de São Francisco, promotor público, juiz, adido cultural do Itamarati, membro. Foi membro e secretário-geral da Academia Paulista de Letras por 35 anos, tendo sido por três vezes eleito presidente.
União Brasileira de Escritores — http://www.ube.org.br/biografias-detalhe.asp?ID=993
Obras:
Dia de sol, poesia, 1928
A Festa do amor, poesia, 1929
Luiz Gama, o libertador, ensaio, 1931.
Vida, poesia, 1932
A Confederação dos Tamoios, ensaio, 1934
Estrela d’Alva, poesia, 1937
A Vida continua, romance, 1939
Canções das sete cores, poesia, 1941
Cantos de glória, poesia, 1946.
Sol na montanha, poesia, 1949
O Natal de Jesus, 1950
Barrabás, o Enjeitado, 1954
Cinco Capítulos das Letras Brasileiras, crítica literária, 1962
O Rei Dom Carlos de Portugal, ensaio, 1964
As Árvores do vale, poesia, 1964
O Romance de Maria Clara, romance, 1965
Arco triunfal, poesia, 1968
Sicília Poesia, poesia, 1970.
Pastor do Tédio, poesia, 1970
Eu Canto a América, poesia, 1976







OBRIGADA À PEREGRINA, A LEDA E A TODAS AS PESSOAS QUE SE INTERESSARAM EM ACHAR O TEXTO DA POESIA!
ESTE BLOG AUMENTA MUITO A CULTURA DOS QUE QUEREM SE INSTRUIR CADA VEZ MAIS, E PRESUME-SE QUE QUEM VALORIZA A INSTRUÇÃO, VALORIZA A EDUCAÇÃO. NÃO QUER APENAS SE INSTRUIR, MAS TAMBÉM SE EDUCAR E EDUCAR O PRÓXIMO.
PARABÉNS À PEREGINA!
Quem agradece sou eu, Ana Lígia. Primeiro por ter leitores assíduos como você, depois pelos elogios. Você tem razão, gosto de dividir com os outros o pouco conhecimento que fui adquirindo. E principalmente, gosto de divulgar a nossa cultura. Obrigada!, Um grande abraço, Ladyce
Essa poesia me leva aos tempos de criança. Bolhas de sabão é uma poesia que havia em um de meus livros do curso primário, infelizmente não me recordo em que livro ou cartilha ela se encontrava. Mas posso garantir que marcou muito minha infancia, bons tempos, Professora Dinah Fernandes Costa, Professora Vera Maria Ferraz Noronha. Saudade.
Não se ensina mais a gostar de poesia nas escolas brasileiras! Aprendi a amar poesias em todos os meus livros escolares..desde o primeiro:Nosso Brasil.
Eu também aprendi a gostar de poesia na escola. Uma pena que não preencham os livros escolares com poesias, hoje. Todos perdemos: as crianças, o professores e os autores. Precisa mudar. Obrigada pela visita,
Apendi essa poesia nos anos 60 nas aulas de português. Fiquei feliz por encontrá-la aqui. Estive à procura. Obrigada!!
Que bom que pude contribuir para que você voltasse a ter acesso a essa poesia… É reconfortante encontrarmos aquilo que procuramos! Um abraço,
Bolhas de Sabão, foi, com certeza responsável por meus sonhos de Menino…Estudei essa obra no meu primeiro ano de Curso Ginasial, e nunca à esquecerei…obrigado pela publicação.
Como sempre, fico muito satisfeita de ver que a publicação dessa poesia traz tão boas recordações aos meus leitores. Eu é que agradeço a sua visita e ao seu delicado comentário.
Ha muito tempo venho procurando esta poesia e seu autor. Lembro-me com muita saudade de meu professor de portugues qdo trabalhou esta poesia conosco.aprendi e comecei a gostar de poesia. Obrigada.
Darci, nunca vi uma Extremosa Amarela… Vou procurar. Obrigada pela dica.
Conheci essa poesia nas aulas de português onde fizemos um trabalho de análise sobre essa obra. Lá se vão mais de 40 anos. Bons tempos.
Fico feliz de poder ter-lhe dado esse prazer! Recordações são o adubo da alma. Abraços,
Lembranças do primeiro ano ginasial (ou segundo), não tenho bem certeza. Esta poesia ou poema, Bolhas de sabão, um colega de classe foi escolhido, à época, para declamá-la, mas o cara só decorou a primeira estrofe, cara! isto foi nos anos 60, e até hoje, eu nunca esqueci a primeira estrofe. Outro dia, encontrei com o dito cujo (colega de classe), e lhe falei sobre o tema, e não é que ele não se lembrava mais disso aí! Ah, confesso, que não sabia o nome do autor! confundia com a obra de Cecília Meireles, cujo título é quase idêntico.
Boas lembranças! Obrigada por dividir suas memórias! História interessante, você se lembra do poema (mesmo que seja só da primeira estrofe) e seu amigo, que recitou a poesia, não se lembra. Memórias são sempre surpreendentes. Um grande abraço
Muito bom reler esta poesia ! Voltei aos meus onze anos! Decorei de um livro no meu ginásio! Muita saudade. Obrigada