Ilustração Renata Morais, do blog Aquarela em Cores — http://aquarelaemcores.blogspot.com
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História de uma pamonha
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Ofélia e Narbal Fontes
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Era um ovinho dourado,
Que um dia foi enterrado.
Na terra, ele inchou, inchou,
E em dez dias rebentou.
Não pensem que ele morreu;
Sua casquinha rompeu,
Mas, em vez de um pintinho
Surgiu um broto verdinho.
O broto tanto espichou
Que em planta se transformou
Com folhas muito alongadas
e cortantes como espada;
E tinha, prá se aguentar,
Raiz no chão e no ar.
Depois que a chuva caiu,
Um pendão de flor abriu.
E, um pouquinho mais abaixo,
Uma boneca de cacho…
Um boneca engraçada,
Cabeludinha e barbada.
Mas, assim que ela cresceu,
Chegou alguém e a colheu,
Despiu toda pobrezinha
E ralou-a na cozinha,
E o sangue dourado dela
Pôs, com água, na panela.
Mexeu com colher de pau
E transformou-se em mingau.
Pôs-lhe açúcar, temperou
E no fogo a cozinhou.
E, por fim, deu-lhe uma mortalha
No vestidinho de palha.
A boneca transformou-se
No mais delicioso doce.
Mas agora tem vergonha
De ser chamada pamonha.
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Esta poesia é contribuição do leitor Robson Leite. Sua lembrança dessa poesia — que ele decorou quando era aluno do curso fundamental — contribui ainda mais para o sucesso desse blog. Muito obrigada, Robson!
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Ofélia e Narbal Fontes, casal de educadores brasileiros, paulistas, que escreveram livros em conjunto, na sua maioria didáticos. Ofélia de Avelar Barros Fontes (SP 1902 –1986) poeta, biógrafa, autora didática, tradutora, romancista, teatróloga, professora, radialista; Narbal de Marsillac Fontes (SP 1899– RJ 1960) Poeta, biógrafo, cronista, teatrólogo, professor, jornalista, diplomado em medicina (1930), médico.
Livros:
No Reino do Pau-Brasil – Crônicas humorísticas (1933)
Senhor Menino – Poesias –
Regina, A Rosa de Maio
Romance de São Paulo – Romance — (1954)
Rui, O Maior – Biografia Rui Barbosa
Precisa-se de Um Rei — Literatura infanto-juvenil
Anhangüera, o gigante de botas – Literatura infanto-juvenil, (1956)
Coração de Onça – Literatura infanto-juvenil
O Talismã de Vidro — Literatura infanto-juvenil
Heróis da comunidade Mundial — biografias
A Gigantinha
A Espingarda de Ouro
Aventuras de Um Coco da Bahia
Esopo, O Contador de Estórias
Novas Estórias de Esopo
A Falsa Estória Maravilhosa
Espírito do Sol — Literatura infanto-juvenil
O Micróbio Donaldo — Saúde e higiene — paradidático — (1949)
História do Bebê — Saúde e higiene — para didático
Ler, Escrever e Contar
Ilha do Sol
Segredos das mágicas — Literatura infantil
Brasileirinho – Música (1942)
Companheiros: história de uma cooperativa escolar (1941)
Pindorama
O Menino dos Olhos Luminosos
A Boa Semente
A Vida de Santos Dumont – Biografia Santos Dumont — (1935)
O Bicho “Sete-Ciências” — Literatura infanto-juvenil
O Gênio do Bem —
Cem Noites Tapuias – Literatura infanto-juvenil
Ascensão – Poesia – (1961)
Um Reino sem mulheres – Biografia: Villegagnon
O leão obediente — (1915)
Libretto de La Traviata — Música — (1940)






qUERO CONHECER MAIS HISTÓRIAS LEGAIS
olá ….
meu nome é kellyne sou do PR e minha mãe me ensinou a ”História de uma pamonha” por varias vezes recitei a mesma em minha escola primaria.
consigo declama-la de olhos fechados e espero que meus filhos também a recitem afinal é lindíssima!!
Kellyne, é uma boa poesia. Fico feliz de ver que você já a sabe de cor. Parabéns! Um beijinho,
Amo está poesia, a minha mãe declamava para mim e meus irmãos quando criança. Ela esqueceu com o tempo, eu gostaria muito de ouvir novamente quando procurei e encontrei quase não acreditei que encontrei.
Obrigada por compartilhar este tesouro
Que bom que pude dar a você essa alegria. E muito obrigada por me comunicar. Nunca sei se o que posto aqui chega a algum lugar.
eu adoro estoria infantil sao todas bacanas
Que bom! essa é muito boa, não é mesmo?
a muito de obter o livro O menino dos olhos luminosos para presentear minha mãe Serve usado, riscadinho, ou como estiver Alguém teria uma dica? Ou teria a história digitada?
Obrigada mariaalice1958@hotmail.com
Li a história da pamonha quando eu era criança e nunca mais esqueci ela me encantou de tão linda.
Gilmara, que bom que você pode acessar essas memórias mais uma vez;;; Obrigada pela visita, volte sempre.
Obrigada pelo reaviamento dessa historia que guardei em minha memória com tanto amor e tinha quase toda decorada na mente também… fiquei feliz em revê-la… bjuss!!!
De nada, Vilma, tenho tido muito prazer em trazer para o presente alguns bons textos do passado. Vale a pena qu e sejam conhecidos de novo. Obrigada pela visita, beijinhos,
Muito Legal! Sou bisneto dos autores. Parabéns pela iniciativa!
Coisa boa não tem prazo de validade! Obrigada pela visita!
Eu
tinha lido este poema a mais de trinta anos , hoje pude relembrar de novo ! Obrigado!
Que bom que a nossa memória também é a sua! Volte sempre, obrigada pela visita! 🙂
Fico feliz em também partilhar que esta história da pamonha conheci na 3a série do primário, contida na cartilha, em 1979 ; e também a decorei de modo que nos primeiros anos tinha a alegria de contá-la frequentemente às pessoas (coisa de criança), mas nos demais anos até hoje sempre me lembrei nas épocas das festas juninas, fazendo questão de contar ao número máximo de pessoas, tendo a alegria de que todos a conheçam.
Gosto muito de ver que as nossas tradições continuam vivas. Obrigada pelo comentário. 🙂
Igualmente fiquei feliz em encontrá-la , alguns trechos já estavam no esquecimento.
Olá, a escritora faleceu em 1986 caso queiram atualizar os dados sobre os autores.
Sim, acho que o recitar de poesias era uma atividade muito boa.Lúdica e instrutiva…
Li essa historinha quando tinha 12 anos, no ano de 1984 e até hoje não esqueci, é uma leitura prazerosa de se fazer.
Isso mesmo. Estou feliz de lembrá-lo dela. Grande abraço,
Ai que saudade da primeira série.Adorava essa história,mais tinha pena da pamonha ficar com vergonha
Este texto fez parte da minha infância, meu pai que hoje tem 86 anos sempre recitou, amo!!!!
Que bom que você pode se lembrar dessa poesia mais uma vez!
Saudades da minha infância nunca me esqueci desse poema
Que bom que pude lhe proporcionar uma boa memória!
Eu não sabia que essa poesia significava tanto para outras pessoas da mesma forma que significa pra mim. Não sei como que eu a conheci quando ainda criança no interior de Goiás mas sei que eu a recitei em um evento na escola sem precisar olhar em nenhum momento para a folha de papel e até hoje vivo essa lembrança como se tivesse acontecido a apenas algumas horas. Que saudade!
Fico feliz de ter proporcionado a você, Júlio, mais um momento de boas memórias. Um grande abraço, obrigada pela visita ao blog.
Opa. Goataria de saber se Ofelia e Narbal Fontes ppssuem obras individuais, que não em parceria entre eles?
Abraço.
Narbal Fontes publicou em 1933 o livro No Reino de Pau Brasil; em 1942, o livro Brasileirinho marcha; em 1954 o livro Romance de São Paulo.
Ofélia Fontes publicou em 1967 o livro O Espírito do Sol; em 1970, O Macaco no Foguete; em 1972, Heróis da Comunidade Mundial; em 1976, O Indio Brasileirinho; em 1982, Os Dois Capetinhas; e não encontrei a data para DEIXEM PAPAI DORMIR. Estes são os livros que encontrei cuja autoria aparece “SOLO” de cada um dos autores. Mas é possível que haja outros livros.
Tenho um motivo particular para agradecer a você, Marcos, por esta pergunta. Pesquisando para esta resposta acabei por encontrar a autoria e o nome de um livro que li quando era criança,talvez com uns oito ou nove anos de idade, e que não me lembrava nem do nome, nem do autor. Mas me lembro muito bem da história. E do quê me lembro? Deste chinesinho que tinha uma trança comprida, e que ao estudar, sempre caía no sono, e acabava dormindo enquanto lia ou estudava. A solução era prender o final da trança num prego na parede e se ele dormisse e a cabeça baixasse cheia de sono, ele acordava ou acordaria imediatamente. Não me lembro de mais nada. Mas disso eu me lembro. Há muito tempo de tempos em tempos eu procurava. Hoje encontrei e reconheci pela capa do livro chama-se A TRANÇA MÁGICA da dupla Ofélia e Narbal Fontes. Mas deve ser, hoje, um livro raro, porque só encontrei dois volumes à venda e estão bem puxados nos preços. De qualquer jeito fiquei muito feliz de encontrar essa informação para mim. Obrigada.
Amei essa história da pamonha ….tinha nove anos de idade quando estava no terceiro ano primário e minha professora nós emprestou o livro contendo essa bela história em poesia a qual me deixou muito emocionada . As vezes gosto de ler essa poesia para recordar a minha infância 😊
Boas recordações!
Amei . Vou declamar numa fazendeira de pamonha
Ah, que oportunidade única! Boa sorte! Deve ser finalmente apreciada por quem entende! Obrigada pela visita.
Aprendi essa poesia faz quase 70 anos e nunca a esqueci.
Que bom que trouxe boas lembranças para você!