Presidente dos Estados Unidos Barack Obama
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Recentemente no jornal carioca O GLOBO os atuais candidatos à Presidência da República responderam a perguntas sobre os livros que haviam lido e que mais os marcaram. As respostas foram tão variadas quanto os candidatos, mas havia uma tendência a citação dos clássicos, literários ou políticos, de Proust a Machado de Marx a Nietzche, como se uma leitura mais atual, até mesmo sobre a nossa história não pudesse ser mencionada sem aprovação dos partidos. É claro que este tipo de pergunta é considerada de somenos importância no nosso país. Basta examinarmos aqueles a quem elegemos. Pena!
Lendo um artigo de Tevi Troy de11 de setembro na National Review intulado Freedom Frenzy: A Look at Presidential Reading Lists What they say about our presidents, and us.[ Frenesi de Liberdade: Um olhar nas listas de leitura presidenciais: o que elas falam sobre os nossos presidentes, e a nosso respeito] podemos perceber entre outros aspectos, as grandes diferenças não só de educação mas culturais entre os dois países gigantes da América do Norte e da América do Sul.
Não vou fazer aqui uma comparação entre os presidentes do Brasil e o dos EUA. Seria extremamente injusto para conosco. Vou simplesmente relacionar a lista de leitura de Barack Obama e as consequências de suas escolhas no mercado americano, que se preocupa em seguir o que qualquer presidente lê e principalmente este presidente.
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Enquanto passava duas semanas de férias no refúgio presidencial de verão em Martha’s Vineyard, o presidente americano decidiu comprar e ler o mais recente romance de Jonathan Frazen, Freedom [ Liberdade]. Algumas semanas depois, o jornal The New York Times mencionou em três lugares diferentes este fato, o que indica, como Tevi Troy mostra, que os americanos estão sempre querendo saber o que seu presidente está lendo e que há uma grande atração, uma mística sobre o assunto. E é claro que quando um presidente americano lê um livro, é muito bom para as vendas desse livro. Vejamos:
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No dia 8 de março, o Barack Obama mencionou que estava lendo o livro lançado em 1986, de Edmund Morris, The Rise of Theodore Roosevelt . – uma biografia do vigésimo sexto presidente dos Estados Unidos,[1901 a 1909]. Imediatamente as vendas desse volume, originalmente publicado 24 anos antes, subiram para 7.000 volumes.
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As vendas do livro de Richard Price, Lush Life [ no Brasil, Vida Vadia, Cia das Letras: 2009] dobraram em tamanho por várias semanas depois que a Casa Branca colocou esse título de um romance passado em Nova York nos dias de hoje, numa lista de leitura de Obama.
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Outra obra da mesma lista, Kent Haruf , Plainsong ,publicada em 2000 vendeu 5.000 cópias mais que o normal em 2010.
Como Tevi Troy menciona não é só este presidente, Barack Obama, que eleva as vendas de livros que a população americana descobre estarem sendo lidos por seus presidentes. O mesmo interesse ocorre e ocorreu com outros presidentes.
É fascinante — não é mesmo? – ver um presidente de um país desenvolvido dando-se ao trabalho de ler, não só “os clássicos” mas o que está sendo publicado. Tão, mas tão longe da nossa realidade que chego a suspirar. Que tempos melhores nos afaguem.
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A lista completa dos livros que Barack Obama levou para ler nas suas 2 semanas de descanso em Martha’s Vineyard:
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The Way Home de George Pelecanos ~ suspense em Washington. D.C.
Vida Vadia, Richard Price ~ romance que se passa no Lower East Side, em Nova York.
Hot, Flat & Crowded, Thomas Friedman ~ sobre os benefícios para a América com a proteção ao meio ambiente.
John Adams, David McCullough ~ biografia do segundo presidente dos EUA.
Plainsong, Kent Harul ~ romance sobre 8 personagens diferentes vivendo em Colorado.








