Saturno suas luas e anéis

11 04 2009

tita-e-saturnoTitã, a lua cor de laranja de Saturno.

Saturno

 

 

As luas

 

Graças à missão Cassini, cientistas descobriram nos últimos anos muito sobre Titã, a maior lua de Saturno. Entre outras coisas, eles sabem agora que ela possui dunas de areia, lagos de metano líquido e, talvez, vulcões glaciais.

 

Eles também sabem algo sobre seu formato. Usando dados de instrumentos do radar da Cassini, Howard A. Zebker, da Universidade de Stanford, e colegas determinaram que Titã é levemente saliente ao redor do seu centro e achatada nos pólos.

 

O grau de achatamento é pequeno, relatam os pesquisadores em um artigo publicado online na Science. Também não é algo surpreendente, Zebker disse, “porque Titã rotaciona de forma parecida à Terra” (e a Terra também é achatada). Titã sempre tem a mesma face voltada para Saturno e a poderosa força gravitacional do planeta gera grandes marés na lua, aumentando a deformação.

 

Mas o formato de Titã não é exatamente o que seria esperado na teoria. Uma possível explicação para isso, Zebker disse, é a distribuição irregular de calor no núcleo de Titã. Ou talvez a lua estivesse mais perto de Saturno no passado, quando seu formato teria se formado e “congelado.”

 

O achatamento de Titã também pode ajudar a explicar o motivo de seus lagos de metano estarem concentrados perto dos pólos. Se existe um “lençol de metano” (análogo a um lençol d’água na Terra), então seria mais provável que o líquido alcançasse a superfície em uma área de baixa elevação, como os pólos.

 

 

 

 

 

  tita

 

Saturno e Titã

 

 

 

Os anéis

 

Entre os anéis de Saturno, os que são designados A, B, C, D, E e G são as crianças boazinhas, organizadas e comportadas sem nenhum gelo ou partícula poeira fora do lugar. O F, por outro lado, o anel mais fino com menos de 1,6km de largura, é a ovelha negra da família. Ele aparenta ter um material central rodeado de correntes espirais.

 

Astrônomos sabem que a aparência do F se deve em grande parte à Prometheus, uma pequena lua orbital no lado do planeta que se aproxima do anel regularmente por causa das excentricidades da órbita. Quando isso acontece, a gravidade afasta matéria do anel, formando plumas e canais.

 

Mas um novo estudo de imagens da missão Cassino mostra que há muito mais acontecendo dentro do anel F – colisões em alta velocidade entre satélites ainda menores no centro quase que diariamente.

 

“O que Prometeu faz é produzir padrões regulares que podemos entender”, disse Carl D. Murray, professor da Queen Mary, Universidade de Londres e autor principal de um artigo da Nature que descreve as descobertas. Mas ele acrescentou: “descobrimos antes que Prometeu não pode fazer tudo”.

 

Os pesquisadores analisaram profundamente imagens dos anéis e descobriram vários objetos pequenos que com o tempo pareciam cruzar o centro. Depois observaram filmes da passagem de tempo retratando o aparecimento de plumas e outras alterações que não podiam ser diretamente atribuídas à Prometheus, e determinaram se os objetos poderiam ser responsáveis. Em um caso envolvendo um objeto chamado de S6, por exemplo, sua órbita “o colocou bem no centro da ação”, disse Murray.

 

Os pesquisadores puderam deduzir a presença de muitos pequenos satélites que colidem com a matéria no centro e perturbam o anel. Além disso, disse Murray, nos detritos dessas colisões também era possível ver assinaturas gravitacionais de objetos ainda menores. “É um sistema caótico”, ele disse.

 

Murray disse que o anel F era talvez o único lugar no sistema solar onde colisões em tamanha velocidade estavam ocorrendo regularmente, então entender o processo pode ajudar no estudo sobre a formação do sistema solar, quando colisões similares eram comuns de acontecer.


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